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RESPEITE AS CRIANÇAS!

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FUNDAÇÃO DO CLUBE DE XADREZ SANTO ANTÔNIO DE JESUS (BAHIA):

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ARTIGO 275 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Xadrez, um novo aliado escolar
Governo federal decide comparar a prática desta atividade com o desenvolvimento da capacidade de raciocínio e intelectual das pessoas desde o início de sua vida estudantil



Há um mês, o governo federal fez um estudo preliminar que tem por propósito disseminar a prática do xadrez nas escolas de todo o País. Baseados em experiências que mostram que este jogo desenvolve a capacidade intelectual das crianças, melhorando, inclusive, o desempenho em matérias didáticas, os ministros da Educação e do Esporte, respectivamente Cristovam Buarque e Agnelo Queiroz, se reuniram e decidiram que, inicialmente, cinco cidades do País – ainda indefinidas – vão passar, em breve, por essa avaliação.

O trabalho está sendo feito em conjunto com a Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e a idéia é aproveitar a metodologia aplicada por 800 escolas estaduais do Paraná desde a década de 1980 e, num futuro próximo, fazer com que o xadrez seja incluído na grade curricular desde o Ensino Fundamental.

Em Alagoas, a reestruturação do xadrez vem desde1997, quando foi fundada a Federação de Xadrez do Estado de Alagoas (Fexeal). Neste período, quatro parcerias já foram firmadas. A primeira delas, em 2000, foi com o Juvenópolis, instituição filantrópica para menores carentes, localizada no bairro de Bebedouro. Lá, é praticado o xadrez humano, onde as pessoas substituem as peças no tabuleiro. A segunda parceria, em 2001, foi feita com o Centro de Ressocialização de Menores (CRM), por intermédio da Secretaria Estadual de Ação Social. A terceira, com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Projeto Cidadela, e, hoje, algumas escolas municipais da capital e mesmo particulares já adotam o xadrez. Algumas como atividade esportiva e outras como curricular.

O quarto projeto foi implantado, este ano, na Cruz Vermelha. O detalhe é que o tipo de xadrez também é o humano. “É uma forma teatral de chamar a atenção da garotada para a prática deste esporte”, ressalta o presidente da Fexeal, Flávio da Costa Silva, à frente da entidade até 2005.

Points de xadrez
Outros pólos de xadrez em Maceió são o Conjunto Graciliano Ramos, conhecido como “Bico do Corvo”, onde, em 2002, foi realizado o I Festival de Xadrez daquele conjunto, com diversos torneios, a saber: temáticos; ping; rápido; primeiro torneio de xadrez às cegas, onde os garotos do conjunto mostraram a proeza de jogar sem olhar para o tabuleiro; e, por fim, uma partida de xadrez humano, onde duas equipes vestidas a caráter encenaram um jogo de xadrez. Há também o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e o Serviço Social do Comércio (Sesc), onde todas as tardes os enxadristas se reúnem para jogar. Há, ainda, outro ponto, localizado na Pajuçara, na Barraca do Richard, também denominado “Pulo do Cavalo”.

“São nomes adotados pelos próprios praticantes do jogo. Cada ponto tem seu nome específico”, explica o instrutor e vice-presidente da Fexeal, Yuri Miranda. Ainda segundo ele, há o Clube de Xadrez Peão do Rei, na Rua Formosa, em Ponta Grossa, onde os “feras” do xadrez alagoano jogam.

Em cada um desses “points” de xadrez o número médio de praticantes é de 60 pessoas. Mas não é só em Maceió que o xadrez está presente. No interior do Estado ele também marca presença. A destacar os municípios de Palmeira dos Índios, Murici, Arapiraca, Viçosa e Marechal Deodoro.

Segundo Yuri Miranda, apesar de existirem muitos locais onde se pratica o xadrez no Estado, a Fexeal ainda não possui registro de filiação na Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). “Isso por causa dos custos, que são elevados, e da burocracia. Além do mais, os clubes (pontos) não têm efetividade nem são registrados na Fexeal. Eles são informais”, justificou. “O fato de ainda se encontrar em processo de filiação à CBX não impede que a Fexeal participe de eventos promovidos pela Confederação, bem como de ter alguns de seus enxadristas filiados à mesma”, assegura.

Segundo o psicoterapeuta Laerte Leite, o objetivo da aplicação do jogo de xadrez nas escolas é ajudar as crianças com problemas de atenção, agressividade, desorganização das atividades diárias. “O xadrez tem essa função porque é um jogo de estratégia, onde a pessoa tem de pensar, elaborar um plano. Isso já leva a criança a começar a organizar o pensamento. Depois ela começa a ter noção de espaço, concentração, começa a aprender a trabalhar com o tempo, porque cada jogador de xadrez tem um determinado tempo para executar a jogada, então, precisa ter controle emocional”, explica.

Laerte Leite salienta que essas atividades que mexem com o pensamento da criança não aparecem quando ela está pensando, pois a criança está movendo as peças do jogo, mas a vida interior dela está sendo toda remontada, reconstruída. Outro aspecto do xadrez, segundo ele, é que se trata de um jogo de competição. “A criança agressiva e problemática precisa ter uma motivação maior, ter de vencer alguma coisa”.

Como a vida. Assim o psicoterapeuta compara o jogo de xadrez. “É muito o exemplo da vida, onde a pessoa precisa se organizar, ter metas, saber trabalhar com o tempo, saber perder e ganhar. Essas funções todas são desenvolvidas no xadrez. O que se aprende num tabuleiro de xadrez, a pessoa leva para a vida”, compara.

O trabalho de desenvolver o raciocínio, trabalhar a mente, proporcionado pelo jogo de xadrez, não ajuda somente as crianças e adolescentes considerados agressivos. Quem tem problemas de depressão, timidez, desânimo, inibição, etc., também é beneficiado. “Isso porque a criança vai ser desafiada a desenvolver uma tarefa, num tempo limitado. Os depressivos também precisam organizar o pensamento, porque têm dificuldade de pensar e, à medida que são desafiados a pensar e têm um tempo limitado para fazê-lo, são motivados a reagir à ação do inimigo. Quando a criança é inibida e começa a jogar xadrez, passa a se soltar, porque tem um tempo mais rápido para elaborar e responder. Geralmente o tímido fica pensando nele mesmo, tem dificuldade de feedback. Com o xadrez, esse feedback tem de acontecer, pois a cada ação do inimigo ele precisa criar uma outra ação de defesa”, afirma.

A partir dos cinco ou seis anos de idade, explica Laerte, a criança já pode começar a jogar xadrez. “Nessa idade, ela começa a aprender o movimento da pedra, mas ainda não tem o raciocínio para fazer um jogo mais elaborado”, diz. Ele afirma que a criança e o adolescente respondem mais rapidamente ao trabalho desenvolvido com o xadrez. Nas escolas, principalmente, a atividade é mais praticada.

“No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, as escolas municipais já adotaram esse trabalho. Inclusive, em Petrópolis, onde morei, fizemos uma pesquisa com crianças agressivas que tinham dificuldades de aprendizado, que costumavam ser expulsas das salas de aula. Elas foram convidadas a participar de um clube de xadrez criado na escola e os resultados começaram a acontecer. Imediatamente, mudaram de atitude, em termos de aprendizagem e comportamento. Então, temos a comprovação científica, mediante pesquisa, de que o xadrez é um jogo que deveria ser estimulado para todas as idades e em todas as situações”.

Com relação aos adultos, Laerte explica que, como são mais resistentes às mudanças de comportamento e conduta, o trabalho se torna mais longo, ao contrário das crianças e adolescentes, que geralmente estão mais abertos aos desafios. “Por isso, os jovens se adaptam mais facilmente ao jogo de xadrez, pois estão muito mais abertos a desenvolver novas formas de pensar. Sendo assim, funciona melhor em jovens e crianças”, disse, acrescentando que estimula os pais a desenvolver o jogo com os filhos, na comunidade onde vive, com os vizinhos. “A família pode começar a estimular a criança, por meio da vontade do próprio pai em querer aprender a jogar e passar o hábito para o filho”.

“O xadrez precisaria ser muito mais divulgado, mais compreendido pelos pedagogos, pelos professores, porque é um instrumento de grande utilidade e que já traz a própria motivação da competição”, garante.

Lendas sobre a origem do jogo
A origem do xadrez é das mais remotas. E misteriosa. Conhece-se, até o momento, cerca de 40 lendas a esse respeito. Uma delas menciona o herói grego Palamedes como o criador do xadrez, durante o cerco de Tróia, com o objetivo de distrair seus guerreiros. A tradição mitológica indicava Palamedes como um personagem de grande criatividade, atribuindo-lhe, entre outras invenções, o alfabeto e os números.

Os nomes que o xadrez recebeu são bem estranhos. Na língua portuguesa, surgiu no século XVI com as variantes ajedrez, shatranj (árabe), chatrang (persa antigo), chaturanga (sânscrito), échecs (francês, ano de 1080), scacchi (italiano, século XII), chess (inglês, séculos XII e XIII), schachspiel (alemão)... A grande discussão é para saber se o jogo provém dos árabes, hindus, chineses, romanos, gregos, babilônios, judeus, irlandeses, galeses e outros povos e, quem diria, atribuem a invenção do jogo a Aristóteles e até ao rei Salomão.

O que se fala é que este é um esporte hindustão, que tinha o nome de chaturanha. Começou a ser difundido na Índia, Coréia, Japão, Rússia, Escandinávia e Escócia. Outros historiadores preferem dizer que ele entrou, vindo do Hindustão, pela Pérsia, hoje Irã. A verdade é que o xadrez sofreu algumas alterações e a palavra xeque-mate vem do persa shah-mat, rei morto.

Surgiram muitas escolas de xadrez, mas o que se joga hoje é o que se jogava nos séculos XV e XVI, com técnicas variáveis. A Escola Espanhola foi muito importante e tem como marco o livro de Ruy López de Sigura, escrito em 1561, que analisa e mostra as regras, técnicas e a evolução do esporte.

A Escola Francesa surge nos primeiros anos do século XIX. Depois é a vez dos alemães, a partir de 1830, em Berlim. No Brasil, o xadrez é jogado desde 1808, com seu primeiro torneio oficial disputado em 1880. O órgão que coordena o esporte no País é a Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), no Rio de Janeiro.

O xadrez, para seus defensores, não é só um jogo, mas uma ciência, proporcionando o mais puro dos prazeres intelectuais. Na Rússia, faz parte dos currículos escolares. Esse esporte é o segundo mais praticado em todo o mundo, abaixo apenas do futebol, e os enxadristas dizem que é parte indispensável na educação, pois impulsiona a imaginação e contribui para o desenvolvimento da memória. É um verdadeiro organizador das faculdades mentais.

Leibnitz dizia: “O xadrez é o único jogo que deve interessar à humanidade”. Segundo Stalda, “o xadrez não constitui uma simples luta de peças em um tabuleiro de jogo, mas, sim, uma luta de vontades racionais que tendem ao mesmo objetivo”.

(Fonte: História dos Esportes, de Orlando Duarte. Makron Books do Brasil Editora Ltda.)

Xadrez já é praticado em escolas do município
Cerca de 15 escolas do município, em Maceió, já implantaram o Projeto Cidadela, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que contempla a realização de oficinas educativas e recreativas para os alunos e pais, bem como para a comunidade carente. Dessas 15 unidades escolares da capital, duas possuem uma oficina de aprendizado do jogo de xadrez, que, inclusive, já revelou “pequenos grandes mestres” desta prática esportiva.

As escolas Zumbi dos Palmares, no Conjunto Rosane Collor, no bairro do Clima Bom, e Jaime de Altavila, no bairro de Santa Lúcia, são as duas privilegiadas neste aspecto. Na Zumbi dos Palmares, o projeto é pioneiro, no que diz respeito à aplicação do jogo de xadrez para os alunos e a comunidade daquela região.

Há quase um ano
Tudo começou em outubro de 2002, quando o xadrez entrou na escola com o compromisso de ser implantado até dezembro de 2003. “O xadrez chegou a nossa escola no momento certo, onde é preciso consolidar ações que resgatem a cidadania e a dignidade humana”, salienta o diretor do estabelecimento, Antero Luiz de França. “Abrimos esse espaço para o projeto como uma experiência, mas está dando tão certo que vamos continuar”, anuncia, acrescentando que o projeto abrange a comunidade do bairro e adjacências. “Os alunos não são obrigados a estudar na escola”, afirma.

Ele explica que a prática do xadrez começou com 79 crianças da comunidade, com idades entre 10 a 16 anos e, hoje, alguns bons frutos já estão sendo colhidos. “Já temos alguns campeões”, gaba-se o instrutor de xadrez Yuri Miranda, que realiza um trabalho voluntário naquela unidade de ensino. Vale dizer que o professor Yuri é pai do atual campeão alagoano de xadrez, Jaime Miranda, 20. “O fantástico nisso tudo é que pegamos os alunos totalmente leigos no jogo de xadrez e eles aprendem muito rápido e trazem títulos para o Estado”, observa.

Se depender da direção da Escola Zumbi dos Palmares, a nova prática está aprovadíssima. “Abraçamos esse esporte com muita vontade. Nosso objetivo é incentivar mais e mais os alunos a praticá-lo”, garante, acrescentando que o tabuleiro é emprestado aos alunos para levá-lo para casa. “Assim, eles não perdem a prática. Podem jogar com os pais, com os vizinhos, etc. O importante é que tenham acesso ao jogo”, salienta Miranda, acrescentando que já tem experiência de outras unidades que não tiveram acesso ao jogo e os alunos não evoluíram tão rapidamente”.

Pioneira na inclusão do xadrez como disciplina curricular, entre as escolas de ensino particular de Alagoas, a Escola Criar e Recrear implantou a modalidade em 2001, para as crianças da Educação Infantil e da 1a a 4a séries do Ensino Fundamental. Segundo a diretora do estabelecimento, Delane Medeiros Valente de Lima, o objetivo de incluir o xadrez no currículo dos “pequeninos” foi proporcionar o desenvolvimento intelectual, o raciocínio estratégico e a socialização da criança. “O xadrez interfere positivamente no desenvolvimento do raciocínio lógico, na concentração, organização de estratégias e táticas, na tomada de decisões em momentos difíceis, ensinando a ter paciência para agir no momento certo”, justifica.

Convergente
“O xadrez é lúdico, desenvolve o prazer de brincar e a socialização da criança”, complementa o professor Gabriel Lopes, responsável pelas aulas de xadrez, às terças e quintas-feiras, na escola. Ele explica que a partir dos cinco anos já há crianças aprendendo a jogar xadrez naquele estabelecimento de ensino. “As aulas são realizadas nos dois períodos, manhã e tarde”, informa.

Aluna da 2a série do Ensino Fundamental, Andressa Gabrielle, 8, é uma das que já aprenderam a jogar xadrez, graças às aulas que tem na Criar e Recrear. Andressa garante que sabe tudo sobre o jogo. Diz os nomes das peças e as movimenta com tanta facilidade que mais parece uma campeã. “Sei jogar xadrez desde a 1a série e já sei dar o xeque-mate”, orgulha-se. “Gosto muito do jogo e do professor Gabriel. Só lamento o tempo ser curto para jogar”, opina, acrescentando que vai ensinar a prática do xadrez aos pais. “Eles ainda não sabem, mas vou ensiná-los”, assegura.

As regras para se chegar ao xeque-mate
Para algumas pessoas, jogar xadrez é uma tarefa difícil. Para outras, porém, é um desafio fascinante! E você, qual a sua opinião? Você sabe jogar xadrez ou ao menos já tentou colocar a cabeça para funcionar e participar dessa atividade que proporciona grande estímulo ao raciocínio? Se não sabe, que tal conhecer um pouco essa prática esportiva que encanta tantas pessoas, pela forma como mexe com a mente humana?

Quais as regras do jogo de xadrez e quantas peças ele tem? Como é praticado? Bem, as Leis do Xadrez da Fédération Internationale des Échees (FIDE), entidade criada em 1924, em Paris, França, regulamentam o jogo no tabuleiro. O texto, em inglês, é a versão autêntica das leis do xadrez adotadas no 71o Congresso da FIDE, realizado em Istambul, na Turquia, em novembro de 2000, que entraram em vigor em 1o de julho de 2001. Vale ressaltar que a FIDE conta, atualmente, com 175 países-membros (a segunda maior federação esportiva do mundo, visto que a Fifa possui 180 filiados).

As leis do xadrez não podem abranger todas as possíveis situações que surjam durante uma partida nem podem regular todas as questões administrativas. Há casos que não são precisamente regulamentados por um artigo das leis, mas sempre será possível alcançar uma decisão correta, analisando situações análogas que são tratadas nas leis.

Goethe, o grande escritor alemão, já declarou um dia: “O xadrez é a ginástica do intelecto”. Tinha absoluta razão, pois se trata de um jogo sem azar, que utiliza um tabuleiro composto de uma rede de 8x8, com 64 casas iguais alternadamente claras (as brancas) e escuras (as pretas). O tabuleiro é colocado entre os dois jogadores de tal forma que a casa do canto à direita de cada jogador é branca.

O xadrez é disputado por dois jogadores, que têm 16 peças cada um: um rei branco, uma dama (rainha) branca, duas torres brancas, dois bispos brancos, dois cavalos brancos, oito peões brancos, um rei preto, uma dama (rainha) preta, duas torres pretas, dois bispos pretos, dois cavalos pretos e oito peões pretos. O jogador com as peças brancas começa o jogo.

A disposição inicial das peças no tabuleiro obedece à seguinte ordem: na primeira fila ficam torre, cavalo, bispo, rainha, rei, bispo, cavalo e torre. A rainha fica na casa de sua cor, ou seja, se branca na casa branca, se preta na casa correspondente. Na segunda fila ficam os oito peões; as oito casas dispostas verticalmente são chamadas de colunas, as oito casas dispostas horizontalmente são chamadas de fileiras; as linhas retas de casas da mesma cor, dispostas no mesmo sentido, são chamadas de diagonais.

Vale dizer que nenhuma peça pode ser movida para uma casa ocupada por uma peça da mesma cor. Se uma peça move-se para uma casa ocupada por uma peça do oponente, esta última é capturada e retirada do tabuleiro, como parte do mesmo movimento. Diz-se que uma peça está atacando uma peça do adversário se a peça puder efetuar uma captura naquela casa.

Sabendo mover as peças.
Cada peça do xadrez se movimenta de uma maneira diferente da outra, mas é claro que as pretas se movimentam como as brancas. Vale a pena conhecer como cada uma delas é movimentada: a torre pode se movimentar quantas casas quiser, a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. A torre se movimenta por duas linhas: colunas e fileiras. O bispo também pode se mover quantas casas quiser e a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. Ele se movimenta por uma linha apenas: a diagonal. Como a torre e o bispo, a rainha (dama) pode se movimentar quantas casas quiser, a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. A rainha (dama) movimenta-se pelas três linhas: colunas, fileiras e diagonais.

Já o rei, pode se mover uma casa e a captura é feita parando na casa em que a peça do oponente estiver. O rei não pode se aproximar do outro rei, deve manter, no mínimo, uma casa de distância e nunca pode se colocar o rei em uma casa que esteja sendo ameaçada por uma peça adversária. O rei movimenta-se pelas três linhas: colunas, fileiras e diagonais. O movimento do cavalo, por sua vez, pode ser explicado por duas dicas: é a única peça que não se movimenta em linha reta; e ao movimentar-se, sempre muda de cor da casa em que estava colocado. No movimento do cavalo, ele desloca-se duas casas para frente (atrás ou ao lado) e uma para o lado, semelhante à letra “L”. É ainda, a única peça que pode pular outra. Por fim, o peão tem o movimento de apenas uma casa, somente para frente e quando o peão estiver na sua casa inicial, pode movimentar-se duas casas. A captura é feita na diagonal. O peão se move somente por uma linha: a coluna.

O objetivo do jogo é dar o xeque-mate no rei do campo oposto. Quem dá o xeque-mate vence a partida. Xeque é o ataque que se faz ao rei com uma peça. Xeque duplo é quando se ataca o rei com duas peças, simultaneamente. O xeque-mate é o instante em que o rei não pode se defender. Os primeiros movimentos de um jogo chamam-se abertura. As peças são movidas para ataque ou defesa. Na fase seguinte, já estamos no meio do jogo, quando se define a maior parte dos confrontos. No final, normalmente, restam poucas peças sobre o tabuleiro.

O dia em que a máquina venceu o campeão Kasparov
Na primeira partida da série de seis jogos, “Homem contra Máquina”, disputada em Nova York, em janeiro deste ano, o jogador de xadrez número um do mundo, Garry Kasparov, esmagou o programa campeão Deep Junior com seu tradicional estilo agressivo. O mestre nascido no Azerbaidjão deu o primeiro passo para superar o fantasma de 1997, quando perdeu um desafio para o supercomputador Deep Blue, da IBM, com uma convincente vitória em apenas 27 movimentos e em três horas e 27 minutos.

Kasparov, jogando com as pedras brancas, evitou a cautelosa estratégia “anticomputadores” que usou seis anos atrás, contra Deep Blue, e adotou um estilo mais audacioso. Ele disse a repórteres que apesar da vitória confortável, o programa foi muito forte. Na segunda partida, também em janeiro, o mestre enxadrista Kasparov quebrou o tabu em jogos contra computadores, quando conseguiu empatar o segundo jogo da série contra o Deep Junior. Após os encontros com a máquina, o enxadrista número 1 do mundo ficou psicologicamente abalado por análises que mostravam que ele tinha perdido uma oportunidade de empatar o jogo.

“O plano inteiro funcionou, mas por causa desse feitiço no segundo jogo, esta pressão em cima de mim, eu gastei provavelmente uma meia hora a mais para decidir se deveria tentar um empate ou causar mais problemas”, afirmou.

Mas no terceiro confronto, naquele mesmo mês, Deep Junior conseguiu sua primeira vitória na série de seis partidas com Kasparov, depois que o enxadrista cometeu um erro banal. Jogando com as brancas, Kasparov errou, permitindo à máquina uma vantagem que lhe deu a primeira vitória. A reação furiosa de Kasparov quando percebeu o erro não deixou dúvida de que ele se traiu depois de jogar uma partida ousada que parecia empatada, apesar de o jogador humano ter menos tempo em seu relógio para jogar. Ele balançou a cabeça e cobriu o rosto com as duas mãos enquanto o computador tinha uma vitória esmagadora.

Os programadores do Deep Junior ficaram entusiasmados com a vitória. “Atrás disso, está o acúmulo de esforços e este é o ápice do que estamos fazendo”, declarou Shay Bushinksy, que com o israelense Amir Ban, trabalhou no Deep Junior durante dez anos.

Nova federação resgata a prática esportiva
Resgatada desde 1997, quando foi fundada a Federação de Xadrez do Estado de Alagoas, esta modalidade está, hoje, em franca atividade. Recentemente, na Escola Zumbi dos Palmares, no Conjunto Rosane Collor, houve os I Jogos de Xadrez das Escolas Municipais. Participaram 54 enxadristas de sete estabelecimentos de ensino, por meio de parceria com o Projeto Cidadela, ligado à Secretaria Municipal de Educação.

Agora, vem a participação no Campeonato Brasileiro Escolar, em Batatais (SP), este fim de semana, e a equipe alagoana tem como representantes os jogadores Alexsandro Vieira, 3ª/4ª série, da Escola Zumbi dos Palmares; Olecran Vieira, 5ª/6ª série, da Escola Zumbi dos Palmares; Marcelo Vítor, 5ª/6ª série, do Clube de Xadrez Bico do Corvo, do Conjunto Graciliano Ramos; Williams Vasconcelos, 7ª/8ª série, do Clube de Xadrez Bico do Corvo, do Conjunto Graciliano Ramos; além de Luiz Carlos Rodrigues, Rafael Ribeiro, Luiz Gustavo Barros e Jaqueline Raposo – todos do Ensino Médio do Cefet. O chefe da delegação é o presidente da Fexeal, Flávio da Costa Silva.

Demais atividades
Já outras atividades programadas pela Fexeal são o Alagoano para Iniciantes, um curso para a formação de professores para a grade escolar (esportiva/curricular), um festival no Conjunto Graciliano Ramos e um encontro regional. Ainda sem datas definidas, o Alagoano para Iniciantes será no Juvenópolis, em Bebedouro, possivelmente ainda este mês. O curso deve ocorrer no fim de setembro e será ministrado pelo representante da Confederação Brasileira de Xadrez, Emiliano Piskator (PE). O festival no Graciliano Ramos entrará na terceira edição, também em setembro. E, previsto para outubro, o I Encontro de Enxadristas e Técnicos do Nordeste, seguido de um torneio, e os estados interessados são o Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Outro que é fera no jogo do “xeque-mate” é Luiz Alberto, 16, aluno da 7a série da Escola Zumbi dos Palmares, que conquistou o 3o lugar no I Torneio de Xadrez do Projeto Cidadela. Ao todo, ele já abocanhou três medalhas. “Tivemos ainda outros alunos bem classificados nesse torneio que foram a Marileila Nascimento e o Matheus da Conceição, 2o e 3o lugares, respectivamente”, explica o diretor da escola, Antero França.

Para Luiz Alberto, foi graças ao xadrez que sua timidez foi embora. “Eu sempre fui muito tímido, tinha dificuldades de falar em público, principalmente quando precisava apresentar trabalhos escolares aos professores e alunos da minha classe. Hoje, superei essa timidez. O xadrez me ajudou muito”.

Dentro da política de massificação do xadrez no Estado, em 2002 esteve em Maceió, realizando uma simultânea, contra vinte enxadristas alagoanos, inclusive Jayme Miranda, o mestre MF Marcos Asfora (PE), que venceu 19 das 20 partidas, empatando apenas uma com o enxadrista alagoano Luiz Gustavo Barros, atual 3º colocado no Alagoano Absoluto. E para encerrar a temporada 2003, a Fexeal está trabalhando para trazer, no mês de dezembro, mais um mestre ou um grande mestre para uma nova simultânea em Maceió, onde estão sendo cotados o próprio MF Marcos Asfora, o mestre argentino MF Carlos Alejandro ou o grande mito do xadrez brasileiro, o grande mestre GM Henrique Mecking, o famoso Mequinho.

Receita para o sucesso está na concentração
Jayme Miranda Neto, 20, um dos melhores enxadristas alagoanos da atualidade, conseqüência das últimas conquistas alcançadas, inclusive em nível internacional, começou a praticar este esporte aos 5 anos, estimulado pelo pai, Yuri, um fiscal de tributos do Estado aficionado pelo xadrez. Reforçando a tese de que este jogo desenvolve a capacidade de raciocínio de quem o pratica, Jayme assegura que para se tornar um bom jogador não é necessário apenas ser um conhecedor profundo das regras. “Durante cada partida, é fundamental estar concentrado em cada jogada para se obter êxito no xadrez”, sentencia.
Os primeiros lances de Jayme em um tabuleiro de xadrez aconteceram em Xingó, no período em que a família morava no interior do Estado, por causa do trabalho de sua mãe, a odontóloga Neyla Agra de Miranda. Quando Jayme tinha 13 anos mudaram-se para Maceió e a então promessa do xadrez alagoano começou a ganhar torneios escolares, primeiro no Colégio Madalena Sofia, onde foi aluno. Aos 16 anos, no Colégio Anchieta, participou, pela primeira vez, do Campeonato Alagoano, ficando em 6º lugar, no geral, com o detalhe de ter entrado na disputa sem treinar.

A partir daí, não parou mais de competir, sagrando-se campeão nordestino escolar, em 2001, nas categorias absoluto e relâmpago. Hoje, Jayme é bicampeão não só neste certame, como também ostenta dois títulos pan-americanos estudantis.

Rendimento nos últimos três anos
O rendimento do xadrez local, na atual administração da Fexeal, apresentou três campeões nordestinos, em nível escolar, em 2001. O regional aconteceu em Natal/RN, reuniu 100 enxadristas e os destaques alagoanos foram Jayme Miranda Neto, 20, do Colégio Madalena Sofia, campeão absoluto e relâmpago. Francine Machado, do Cefet, 1ª colocada no absoluto feminino, e Alana Freitas, do Cefet, 1ª colocada no relâmpago feminino, um estilo de confronto que tem a duração máxima de cinco minutos.

Jayme Miranda é, portanto, o atual campeão alagoano absoluto, bicampeão pan-americano estudantil e ainda participou, em 2001, do Brasileiro Escolar, em Batatais (SP), terminando em 5º lugar, vencendo o vice-campeão brasileiro de 2000: Alcides (RN). Também a ressaltar que de um total de 500 participantes, 145 eram da sua categoria: escolar até 21 anos. Logo em seguida, em Bento Gonçalves (RS), foi campeão do Pan-Americano de Xadrez, na categoria menores, faixa etária até 21 anos. E, no Mundial Amador, na mesma cidade, foi o 28º melhor colocado de um certame que só reúne a nata do xadrez, em qualquer categoria.
No ano passado, já defendendo o Curso de Educação Física da Faculdade de Alagoas (FAL), Jayme repetiu a dose no Pan-Americano e melhorou a sua posição no Mundial Amador, com o 26º lugar. E este ano, no Nordeste Escolar, novamente em Natal e com o grupo renovado, dos dez participantes alagoanos oito se classificaram para o Campeonato Brasileiro Escolar-2003. São eles Williams Vasconcelos, do Clube Bico do Corvo, sediado no Conjunto Graciliano Ramos e que na sua série (7ª/8ª) liderou até a última rodada, quando perdeu para um adversário que acabaria campeão, ficando Williams com a medalha de bronze.
Além disso, este ano Jayme já participou do Aberto do Brasil, etapa do Recife, junto com outros três representantes alagoanos, tendo como feitos empatado com o mestre MF Roberto Andrade (RN) e vencido, numa simultânea, o mestre internacional austríaco MI Martin Neubaer.

FRANCISCO JOSÉ e FERNANDA MEDEIROS




REFERÊNCIAS:
http://www.tabuleirodexadrez.com.br/24-08-2003-reportagem-gazeta-de-alagoas.html
Matérias veiculadas no Jornal “Gazeta de Alagoas” - Edição de 24/08/2003

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

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