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quarta-feira, 20 de março de 2013

ARTIGO 311 (ANO I. Nº 31, DE 1 A 7 DE SETEMBRO DE 2010).



I CAMPEONATO MUNDIAL

DE XADREZ.



OS CAMPEONATOS DO MUNDO.


I CAMPEONATO MUNDIAL DE XADREZ Steinitz x Zukertort, 1886
Em 11 de janeiro de 1886, em um local especialmente escolhido pelo Manhattan Chess Club de New York, encontram-se frente a frente Steinitz e Zukertort para dirimir de uma vez por todas a supremacia mundial.
Zukertort inicia o match com as Brancas, e sem vacilar, efetua seu primeiro lance 1. d4. A luta que toda a aficção mundial havia esperado durante três longos anos havia começado!
Porém, deixemos Steinitz refletindo sua resposta e vejamos quem eram os protagonistas deste apaixonante encontro que acabava de começar.
Wilhelm Steinitz havia nascido em 17 de maio de 1836, em Praga, no seio de uma família judia que sonhava em converte-lo em um rabino. Aos 12 anos já mostrava na escola uma boa disposição para a matemática, e aos 22, foi enviado a Viena para seguir um dos estudos que jamais completou, pois, desde os primeiros dias começou a freqüentar os círculos de xadrez, onde começou jogando ao estilo que agradava naquela época, ou seja, a base de brilhantes ataques com sacrifícios. Logo o chamaram de “Morphy austríaco”, pela veemência e a beleza de suas combinações. Seu estilo de jogo estava muito longe do que ia ser mais adiante, e nada o pressagiava a enorme transformação que aquele homenzinho ia imprimir no mundo do tabuleiro.
O caráter independente de Steinitz já se manifestou nesta época, pois se conta que um dia, jogando com um famoso banqueiro chamado Epstein lhe disse: “Jovem, tenha cuidado! Não sabe você com quem está falando?” e Steinitz rapidamente respondeu: “O sei perfeitamente, você é Epstein, porém, na bolsa, aqui Epstein sou eu!”.
Alguns psicólogos, e com eles o Grande Mestre Ruben Fine, qualificam esta resposta de Steinitz como um delírio de grandeza, mas não há outro remédio que reconhecer que o futuro Campeão Mundial tinha razão, pois estavam jogando xadrez e não discutindo sobre ações.
Durante sua estada em Viena já havia se convertido em um jogador profissional, pois as partidas que disputava, eram em geral por meio de uma pequena aposta.
Em 1862, partiu para Londres para jogar um torneio internacional, que foi ganho por Anderssen, no qual finalizou em 6º lugar, empatando com Barnes e Dubois em pontuação, mas destacando-se pelas brilhantes combinações.
Londres era naquela época, a Meca do xadrez, e não devemos estranhar pois, que ali fixasse Steinitz sua residência, impondo-se pouco a pouco a todos os adversários que lhe opuseram. Em 1874 começou a colaborar com a famosa revista inglesa “The Field”, analisando conscientemente as partidas de sua época e começando a mostrar sua nova concepção de jogo.
Como se entendia xadrez até o advento de Steinitz?
Muito simples, se o objetivo nosso era dar mate, o lógico era que todos os esforços se concentrassem sobre o monarca inimigo para abate-lo, mas Steinitz pensava de outra forma: o importante é ganhar a partida, e para isto, temos que adquirir uma série de vantagens, com as quais o mate será uma conseqüência por si só. Em outras palavras, Steinitz descobriu o que atualmente conhecem todos os jogadores do mundo, o jogo de posição. Em que consiste ele? Como todos sabemos hoje, consiste em dominar as colunas abertas, em aproveitar os Peões e as casas débeis e outros mil detalhes que até então permaneciam ignorados. Assim, não é de se estranhar que o enxadrista Adolfo Schwarz tenha se dirigido a Steinitz e lhe dito: “Este pequeno homem nos está ensinando, a todos, como jogar xadrez!”. Ali estavam os mais famosos da época e não protestaram, pois já haviam adotado, pelo menos em parte, sua doutrina, que anos antes parecia rebuscada e barroca a todos os críticos.
Depois do Torneio de Londres de 1883, Steinitz se transfere para os Estados Unidos, onde adquire a nacionalidade norte-americana.
O que o levou ao citado país? Talvez a disputa com o editor de “The Field”, ou talvez o desejo de jogar com Morphy, que permanecia inativo em New Orleans e com quem conseguiu uma entrevista, mas com a condição de não falar sobre xadrez. Seguramente, para um lutador da categoria de Steinitz, não poder enfrentar Morphy foi uma das maiores decepções de sua vida.
Retornamos então a 11 de janeiro de 1886. A 1 d4 de Zukertort, o pequeno Steinitz, o grande Steinitz, respondeu com 1 ... d5. Os dois colossos da época estavam frente a frente ...
Johannes Hermann Zukertort é agora o que medita. Havia nascido a 7 de setembro de 1842 na cidade de Lublin (Polônia), de pai alemão e mãe polonesa. Aos 13 anos sua família mudou-se para Breslau e estudou química em Heidelberg e psicologia em Berlim, doutorando-se em medicina na Universidade de Breslau em 1865. Exerceu a medicina no exército prussiano durante as guerras contra a Dinamarca, Áustria e França, sendo condecorado por sua valentia. Tinha uma memória prodigiosa, e era capaz de recordar todas as partidas que havia jogado em sua vida, falava onze idiomas e era um excelente atirador de pistola e esgrimista.
Aprendeu a jogar xadrez em Breslau, aos 18 anos, tendo como professor o grande Adolf Anderssen, quem lhe iniciou no jogo de combinação, e com quem jogou dois matches, perdendo em 1868 por +3 -8 =1 e ganhando em 1871 por +5 -2 =0. Durante os anos 1867/71 foi editor com Anderssen da revista “Neue Berliner Schachzeitung”. Em 1878, ganhou o grande Torneio de Paris, e este mesmo ano se fez cidadão inglês. Foi um extraordinário jogador às cegas, realizando múltiplas e brilhantes sessões de simultâneas, e em 16 de dezembro de 1876 bateu, em Londres, o recorde mundial, ao jogar 16 partidas de uma vez com o magnífico resultado de +11 -1 =4.
Seu estilo de jogo era brilhante ao extremo, as combinações eram sua especialidade e quanto à sua imaginação, ninguém lhe superava em seus melhores tempos, que eram, sem dúvida, o momento que enfrentava Steinitz com o Título Mundial em jogo. Mas tinha vários pontos débeis em sua personalidade: nervoso e impressionável.
As negociações para este encontro que agora estavam disputando haviam durado anos, e destaco, ironicamente, que nenhum dos concorrentes aceitava a designação de “aspirante”. O vencedor seria o primeiro que ganhasse 10 partidas, sem contar os empates.
Steinitz se impôs conduzindo as peças negras na 1ª partida, mas Zukertort ganhou as quatro seguintes de forma impressionante, com o que ninguém duvidava que seria Campeão Mundial, sem demasiados problemas. Mas tinha que contar com o formidável poder de recuperação de Steinitz, que na seguinte série de jogos, disputados em São Luis, reagiu com ímpeto, ganhando 3 das 4 partidas ali disputadas, e um empate, com o que o match ficou em 4,5 x 4,5. As partidas seguintes foram disputadas em New Orleans, com um Steinitz cada vez mais moral e um Zukertort já sem confiança em si mesmo. Steinitz se impôs agora contundentemente, ganhando o encontro por +10 -5 =5, com o qual chegou a convencer por fim, toda a aficção mundial de que era o jogador n.º 1.
Zukertort, de caráter muito impressionável, jamais se repôs desta derrota, pois, no ano seguinte, perdeu um encontro com Blackburne, a quem havia vencido facilmente em 1881 (+7 -2 =5) pelo discrepante placar de +1 -5 =8. Também jogou outros torneios, mas já sem êxito, e o 20 de junho de 1888 foi marcado por seu derrame cerebral, que o levou à tumba enquanto se encontrava jogando uma partida.



REFERÊNCIA:

http://xadrezemrevista.comunidades.net/index.php?pagina=1773401886

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

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