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RESPEITE AS CRIANÇAS!

RESPEITE AS CRIANÇAS!
AS CRIANÇAS NÃO SÃO LIXO.




FUNDAÇÃO DO CLUBE DE XADREZ SANTO ANTÔNIO DE JESUS (BAHIA):

06.04.2002.

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ARTIGO 280 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

16th World Computer Chess Championship - WCCC2008

Sagra-se campeão mundial de programas de xadrez o fortíssimo "peixe" Rybka 3.0. Com uma extraordinária pontuação de 8 pontos em 9 possíveis, cedendo apenas 2 empates para o Júnior e o Toga, respectivamente terceiro e quarto colocados. O segundo lugar ficou com o inglês Hiarcs. O hardware utilizado variou de um cluster de 40 núcleos (um Harpertown Cluster utilizado pelo Rybka) até um celular Nokia 6120c que rodou o Mobile Chess, último colocado com zero pontos. Apesar da diferença de hardware, o Rybka é hoje sabidamente o mais poderoso software para jogo de xadrez.

REFERÊNCIA:
http://www.tabuleirodexadrez.com.br/05-10-2008-16th-world-computer-chess-championship-wccc2008.htm

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 279 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Xadrez é ensinado para crianças e adolescentes da rede pública.


Inserção social e aceleração do desenvolvimento cognitivo. Esses são apenas alguns dos inúmeros benefícios proporcionados pelo jogo de xadrez, que por meio do programa governamental Xadrez nas Escolas, vem ganhando espaço na rede de ensino público do País. Com a característica de ser uma política a baixo custo, o projeto conta com um investimento de apenas R$10,32 anuais por criança. Além disso, está prevista no orçamento deste ano uma verba cinco vezes maior que a do ano passado, ou seja, de R$ 100 mil, o projeto passará a receber cerca de R$ 500 mil. A meta é atender a um milhão de estudantes em 2007.

Em prática desde 2004, o Xadrez nas Escolas atualmente abrange 50 instituições de ensino de 25 unidades federativas, ou seja, 1250 entidades de ensino no total. Com o aumento no orçamento, a previsão é fazer convênio com os governos de mais dois estados e aumentar o atendimento para 100 escolas por unidade federativa. Cada escola atende em média 350 alunos com o programa. O Xadrez nas Escolas é desenvolvido por uma parceria entre o Ministério do Esporte, o Ministério da Educação e as secretarias estaduais de esporte e educação.

Informatização para multiplicar a ferramenta
O xadrez é uma prática que ajuda a criança a desenvolver o pensamento lógico, a memória, e colabora no entendimento de matérias como matemática. “Além de ser importante para o desenvolvimento cognitivo das crianças, o xadrez possui um papel de sociabilização dentro e fora da sala de aula, afinal, meninos e meninas de todas as idades podem jogar”, complementa Sólon Pereira, coordenador nacional do projeto.

Para facilitar o treinamento dos professores, o Xadrez nas Escolas firmou um convênio com o Centro de Excelência de Xadrez e a Universidade Federal do Paraná. Por meio da parceria, foi feito um software constantemente atualizado contendo o método apropriado para o treinamento de professores e de multiplicadores, que pode ser acessada à distância por meio da internet. Só no ano passado, 1250 professores foram capacitados em cada um das escolas atendidas no Brasil.

Além disso, os professores capacitados são avaliados e recebem um certificado. O programa também conta anualmente com 25 eventos interescolares estaduais, 25 visitas dos grandes mestres, um torneio entre escolas do Mercosul e eventos virtuais pela internet.

Para Alexandre Direne, professor adjunto da Universidade Federal do Paraná e um dos responsáveis pelo apoio computacional ao Xadrez nas Escolas, o jogo tem sua importância por ser eurístico, ou seja, depender de um raciocínio lógico, estratégico e intuitivo. “Não é uma prática de sorte ou azar. A criança precisa encontrar uma solução para o problema e definir uma estratégia. Desta forma, o xadrez possui parâmetros matemáticos importantes para a evolução intelectual infanto-juvenil”, explica o professor.


REFERÊNCIA:

http://www.tabuleirodexadrez.com.br/23-02-2007-xadrez-e-ensinado-para-criancas-e-adolescentes-da%20rede-publica.html

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 278 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Jogar xadrez exige preparo físico.


Xadrez já faz parte do currículo de escolas públicas dos estados de Minas Gerais, Pernambuco, Brasília, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Paraná

Aplaudo muito a idéia de ver o jogo de xadrez inserido no currículo escolar em vários estados brasileiros.

O xadrez é realmente um excelente exercício para o cérebro e exige muito das emoções. A pessoa adquire um senso muito prático de organização, concentração e desenvolve de forma muito especial a memória. O xadrez trabalha a imaginação, memorização, planejamento e paciência.

Nas escolas do primeiro mundo, o xadrez já é praticado há décadas, onde os alunos além de todo esse desenvolvimento citado, melhoram muito sua disciplina, relacionamento com as pessoas respeito às leis, às regras...

À primeira vista o xadrez parece ser apenas um esporte que atua sobre o cérebro, mas desempenha uma função muito importante no desenvolvimento do corpo emocional. O que aliás é básico para o desempenho competitivo de um jovem enxadrista.

Esse esporte possui a vantagem de trazer a pessoa para um contato mais próximo consigo mesma, porque mede suas capacidades de maneira muito concreta. Mais do que em qualquer outra modalidade, ela se dará conta da necessidade de alta concentração. Ela perceberá que quando se distrai, acaba fazendo um lance absolutamente errado, que não faria nunca, se estivesse mais concentrada.

O xadrez é um esporte muito amplo, pois o cérebro 'maquina' o tempo todo e assim abre outras áreas de programação mental de raciocínio, ampliando as conexões inter-neurais.

O que pouca gente sabe, é a relação entre o grau de desempenho cardiovascular e a performance competitiva neste esporte, porque todos imaginam que ele exige apenas do cérebro.

É justamente por exigir tanto da mente, das emoções e dos sentidos é que se torna necessária uma grande eficiência cardiovascular para se ter uma boa performance.

Quanto mais alto o nível da competição, mais clara se torna essa relação. Uma bomba ejetora mais plena (o coração) colocará nas células do cérebro uma quantidade maior de oxigênio. Esse cérebro mais oxigenado possibilitará maior eficiência, maior lucidez e, principalmente, maior velocidade do pensamento, de interpretação e reação aos movimentos complexos presentes no xadrez.

Assim quem está pensando em melhorar sua performance neste magnífico esporte, busque de maneira sistemática realizar atividades cardiovasculares (caminhar, correr...) que possam ampliar as possibilidades de oxigenação cerebral.

Na minha juventude eu era bastante apaixonado por esse esporte. Pude assistir embates históricos, principalmente durante a guerra fria onde politicamente o Leste e o Oeste se debatiam pela supremacia intelectual. Na época, ficou muito claro e dito pelos próprios campeões o quanto a sua forma física implicava diretamente na sua performance. Em alguns combates históricos esses campeões declararam enfaticamente a dificuldade que eles encontravam de resistir, dia após dia, ao violento embate e, ao final, acabava superando o adversário aquele com maior capacidade e resistência cardiovascular, que fornecia ao atleta um desempenho na última disputa, parecido com o da primeira. Além do lastro de oxigênio fundamental ao pensamento e aos hormônios estimulantes, havia uma atitude mental positiva que nesse altíssimo nível fazia a diferença.

Hoje o famoso campeão de xadrez russo Garry Kasparov tem que se envolver num expressivo treinamento cardiovascular e muscular localizado para manter a sua forma e continuar tornando-se altamente competitivo.

Em demonstrações com enxadristas brasileiros Kasparov conseguiu performance assustadora, mas sabe que terá poucos anos pela frente, uma vez que o trabalho físico é cada vez mais exigente para manter o nível de competição.

Esta é uma demonstração concreta de quanto o desempenho do corpo físico favorece essa concentração máxima, de não cometer nenhum erro, e o quanto o corpo é dilacerado e agredido nesse nível de competição.






Nuno Cobra é formado pela Escola de Educação Física de São Carlos e pós-graduado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico de Ayrton Senna, Mika Hakkinen, Rubens Barrichello, Abílio Diniz entre outros. É autor do best-seller A Semente da Vitória


REFERÊNCIA:
http://www.tabuleirodexadrez.com.br/preparo-fisico-e-o-xadrez.htm

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 277 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Jogador de xadrez usa bluetooth para trapacear.

Um jogador indiano de xadrez foi afastado por dez anos do esporte depois de ter sido pego usando o fone sem fio de seu telefone celular para ganhar partidas, afirmaram autoridades nesta quarta.

O jogador, Umakant Sharma, conseguiu obter uma alta pontuação nos últimos 18 meses e também se qualificou para o campeonato nacional, levantando suspeitas de autoridades e rivais boquiabertos.

Sharma foi pego em um torneio recente quando juízes descobriram que ele costurou um receptor de comunicação sem fio com tecnologia Bluetooth em um chapéu que ele sempre colocava por sobre seus ouvidos.

A tecnologia permite a transmissão de dados e voz a curtas distâncias sem necessidade de fios e é encontrada em fones de ouvido para telefones celulares. Ele se comunicava com seus parceiros que estavam do lado de fora da sala do torneio e usavam um computador para calcular os movimentos para ele, afirmou o secretário da Federação Indiana de Xadrez, D.V. Sundar.

"Ele foi banido do esporte por dez anos", disse Sundar. "Quisemos enviar uma mensagem clara para as pessoas." Autoridades do esporte estão investigando se outro jogador vem utilizando tática similar para vencer, acrescentou o secretário.



REFERÊNCIAS:

http://www.tabuleirodexadrez.com.br/27-12-2006-jogador-de-xadrez-usa-bluetooth-para-trapacear.html
G1.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 276 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

'Xadrez é coisa do diabo', diz o pior enxadrista de São Paulo

O imigrante italiano Giusepe Caporale é uma lenda no esporte: jura que detesta jogar, mas quer, um dia, derrotar os adversários



Ardilhes Moreira, do G1, em São Paulo


Nos clubes, Giusepe foi apontado como pior, mas fez pouco caso da má fama

O pior jogador federado de xadrez de São Paulo está decidido: quer mudar a forma pela qual é conhecido por colegas do Clube de Xadrez de São Paulo e da Federação Paulista de Xadrez. Giusepe Caporale é um enxadrista fora do padrão. "Eu odeio jogar xadrez e jogo só para provar que quem joga é idiota", afirma o italiano que vive no Brasil há 44 anos.

Os amigos não levam tão à sério o jeito carrancudo e, ao mesmo tempo, engraçado de Caporale. Engenheiro aposentado, ele diz que gosta de jogar xadrez brincando. Treina regularmente em computadores, mas sem se estressar. "Eu jogo sem pensar, tudo no toque. Eu defendo essa tese. Quem pensa para jogar xadrez é retardado mental", brinca o italiano.

O imigrante diz que quando encontrar alguém que encare o xadrez da mesma forma, deixará os tabuleiros de lado. Até lá, quer subir sua classificação dos atuais 1.873 pontos, mas ele diz que não consegue "sair do buraco". "Eu costumo falar que abaixo de 2.800 pontos é tudo capivara. Usam esta gíria talvez por ser a capivara um bicho inofensivo", diz.

Caporale joga regularmente. No último torneio que participou, diz que conseguiu ganhar quatro das nove partidas que disputou. Por isso mostra seus números e não contesta os diretores dos clubes que o apontaram como o jogador mais controverso de São Paulo.

"Digamos que o pessoal pode ter essa opinião, mas já que eu falo que todo mundo é idiota, o mínimo que posso esperar é isso", afirma o enxadrista, que jura não ter bronca dos colegas.

"Quero provar no tabuleiro que todo mundo é idiota. Fora não tem nada a ver", disse. "Sou a favor dos muçulmanos, que acham o xadrez um jogo do diabo", conclui.


REFERÊNCIAS:

http://www.tabuleirodexadrez.com.br/30-11-06-xadrez-e-coisa-do-diabo-diz-o-pior-enxadrista-de-sao-paulo.htm
WWW.G1.COM

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 275 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Xadrez, um novo aliado escolar
Governo federal decide comparar a prática desta atividade com o desenvolvimento da capacidade de raciocínio e intelectual das pessoas desde o início de sua vida estudantil



Há um mês, o governo federal fez um estudo preliminar que tem por propósito disseminar a prática do xadrez nas escolas de todo o País. Baseados em experiências que mostram que este jogo desenvolve a capacidade intelectual das crianças, melhorando, inclusive, o desempenho em matérias didáticas, os ministros da Educação e do Esporte, respectivamente Cristovam Buarque e Agnelo Queiroz, se reuniram e decidiram que, inicialmente, cinco cidades do País – ainda indefinidas – vão passar, em breve, por essa avaliação.

O trabalho está sendo feito em conjunto com a Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) e a idéia é aproveitar a metodologia aplicada por 800 escolas estaduais do Paraná desde a década de 1980 e, num futuro próximo, fazer com que o xadrez seja incluído na grade curricular desde o Ensino Fundamental.

Em Alagoas, a reestruturação do xadrez vem desde1997, quando foi fundada a Federação de Xadrez do Estado de Alagoas (Fexeal). Neste período, quatro parcerias já foram firmadas. A primeira delas, em 2000, foi com o Juvenópolis, instituição filantrópica para menores carentes, localizada no bairro de Bebedouro. Lá, é praticado o xadrez humano, onde as pessoas substituem as peças no tabuleiro. A segunda parceria, em 2001, foi feita com o Centro de Ressocialização de Menores (CRM), por intermédio da Secretaria Estadual de Ação Social. A terceira, com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Projeto Cidadela, e, hoje, algumas escolas municipais da capital e mesmo particulares já adotam o xadrez. Algumas como atividade esportiva e outras como curricular.

O quarto projeto foi implantado, este ano, na Cruz Vermelha. O detalhe é que o tipo de xadrez também é o humano. “É uma forma teatral de chamar a atenção da garotada para a prática deste esporte”, ressalta o presidente da Fexeal, Flávio da Costa Silva, à frente da entidade até 2005.

Points de xadrez
Outros pólos de xadrez em Maceió são o Conjunto Graciliano Ramos, conhecido como “Bico do Corvo”, onde, em 2002, foi realizado o I Festival de Xadrez daquele conjunto, com diversos torneios, a saber: temáticos; ping; rápido; primeiro torneio de xadrez às cegas, onde os garotos do conjunto mostraram a proeza de jogar sem olhar para o tabuleiro; e, por fim, uma partida de xadrez humano, onde duas equipes vestidas a caráter encenaram um jogo de xadrez. Há também o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e o Serviço Social do Comércio (Sesc), onde todas as tardes os enxadristas se reúnem para jogar. Há, ainda, outro ponto, localizado na Pajuçara, na Barraca do Richard, também denominado “Pulo do Cavalo”.

“São nomes adotados pelos próprios praticantes do jogo. Cada ponto tem seu nome específico”, explica o instrutor e vice-presidente da Fexeal, Yuri Miranda. Ainda segundo ele, há o Clube de Xadrez Peão do Rei, na Rua Formosa, em Ponta Grossa, onde os “feras” do xadrez alagoano jogam.

Em cada um desses “points” de xadrez o número médio de praticantes é de 60 pessoas. Mas não é só em Maceió que o xadrez está presente. No interior do Estado ele também marca presença. A destacar os municípios de Palmeira dos Índios, Murici, Arapiraca, Viçosa e Marechal Deodoro.

Segundo Yuri Miranda, apesar de existirem muitos locais onde se pratica o xadrez no Estado, a Fexeal ainda não possui registro de filiação na Confederação Brasileira de Xadrez (CBX). “Isso por causa dos custos, que são elevados, e da burocracia. Além do mais, os clubes (pontos) não têm efetividade nem são registrados na Fexeal. Eles são informais”, justificou. “O fato de ainda se encontrar em processo de filiação à CBX não impede que a Fexeal participe de eventos promovidos pela Confederação, bem como de ter alguns de seus enxadristas filiados à mesma”, assegura.

Segundo o psicoterapeuta Laerte Leite, o objetivo da aplicação do jogo de xadrez nas escolas é ajudar as crianças com problemas de atenção, agressividade, desorganização das atividades diárias. “O xadrez tem essa função porque é um jogo de estratégia, onde a pessoa tem de pensar, elaborar um plano. Isso já leva a criança a começar a organizar o pensamento. Depois ela começa a ter noção de espaço, concentração, começa a aprender a trabalhar com o tempo, porque cada jogador de xadrez tem um determinado tempo para executar a jogada, então, precisa ter controle emocional”, explica.

Laerte Leite salienta que essas atividades que mexem com o pensamento da criança não aparecem quando ela está pensando, pois a criança está movendo as peças do jogo, mas a vida interior dela está sendo toda remontada, reconstruída. Outro aspecto do xadrez, segundo ele, é que se trata de um jogo de competição. “A criança agressiva e problemática precisa ter uma motivação maior, ter de vencer alguma coisa”.

Como a vida. Assim o psicoterapeuta compara o jogo de xadrez. “É muito o exemplo da vida, onde a pessoa precisa se organizar, ter metas, saber trabalhar com o tempo, saber perder e ganhar. Essas funções todas são desenvolvidas no xadrez. O que se aprende num tabuleiro de xadrez, a pessoa leva para a vida”, compara.

O trabalho de desenvolver o raciocínio, trabalhar a mente, proporcionado pelo jogo de xadrez, não ajuda somente as crianças e adolescentes considerados agressivos. Quem tem problemas de depressão, timidez, desânimo, inibição, etc., também é beneficiado. “Isso porque a criança vai ser desafiada a desenvolver uma tarefa, num tempo limitado. Os depressivos também precisam organizar o pensamento, porque têm dificuldade de pensar e, à medida que são desafiados a pensar e têm um tempo limitado para fazê-lo, são motivados a reagir à ação do inimigo. Quando a criança é inibida e começa a jogar xadrez, passa a se soltar, porque tem um tempo mais rápido para elaborar e responder. Geralmente o tímido fica pensando nele mesmo, tem dificuldade de feedback. Com o xadrez, esse feedback tem de acontecer, pois a cada ação do inimigo ele precisa criar uma outra ação de defesa”, afirma.

A partir dos cinco ou seis anos de idade, explica Laerte, a criança já pode começar a jogar xadrez. “Nessa idade, ela começa a aprender o movimento da pedra, mas ainda não tem o raciocínio para fazer um jogo mais elaborado”, diz. Ele afirma que a criança e o adolescente respondem mais rapidamente ao trabalho desenvolvido com o xadrez. Nas escolas, principalmente, a atividade é mais praticada.

“No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, as escolas municipais já adotaram esse trabalho. Inclusive, em Petrópolis, onde morei, fizemos uma pesquisa com crianças agressivas que tinham dificuldades de aprendizado, que costumavam ser expulsas das salas de aula. Elas foram convidadas a participar de um clube de xadrez criado na escola e os resultados começaram a acontecer. Imediatamente, mudaram de atitude, em termos de aprendizagem e comportamento. Então, temos a comprovação científica, mediante pesquisa, de que o xadrez é um jogo que deveria ser estimulado para todas as idades e em todas as situações”.

Com relação aos adultos, Laerte explica que, como são mais resistentes às mudanças de comportamento e conduta, o trabalho se torna mais longo, ao contrário das crianças e adolescentes, que geralmente estão mais abertos aos desafios. “Por isso, os jovens se adaptam mais facilmente ao jogo de xadrez, pois estão muito mais abertos a desenvolver novas formas de pensar. Sendo assim, funciona melhor em jovens e crianças”, disse, acrescentando que estimula os pais a desenvolver o jogo com os filhos, na comunidade onde vive, com os vizinhos. “A família pode começar a estimular a criança, por meio da vontade do próprio pai em querer aprender a jogar e passar o hábito para o filho”.

“O xadrez precisaria ser muito mais divulgado, mais compreendido pelos pedagogos, pelos professores, porque é um instrumento de grande utilidade e que já traz a própria motivação da competição”, garante.

Lendas sobre a origem do jogo
A origem do xadrez é das mais remotas. E misteriosa. Conhece-se, até o momento, cerca de 40 lendas a esse respeito. Uma delas menciona o herói grego Palamedes como o criador do xadrez, durante o cerco de Tróia, com o objetivo de distrair seus guerreiros. A tradição mitológica indicava Palamedes como um personagem de grande criatividade, atribuindo-lhe, entre outras invenções, o alfabeto e os números.

Os nomes que o xadrez recebeu são bem estranhos. Na língua portuguesa, surgiu no século XVI com as variantes ajedrez, shatranj (árabe), chatrang (persa antigo), chaturanga (sânscrito), échecs (francês, ano de 1080), scacchi (italiano, século XII), chess (inglês, séculos XII e XIII), schachspiel (alemão)... A grande discussão é para saber se o jogo provém dos árabes, hindus, chineses, romanos, gregos, babilônios, judeus, irlandeses, galeses e outros povos e, quem diria, atribuem a invenção do jogo a Aristóteles e até ao rei Salomão.

O que se fala é que este é um esporte hindustão, que tinha o nome de chaturanha. Começou a ser difundido na Índia, Coréia, Japão, Rússia, Escandinávia e Escócia. Outros historiadores preferem dizer que ele entrou, vindo do Hindustão, pela Pérsia, hoje Irã. A verdade é que o xadrez sofreu algumas alterações e a palavra xeque-mate vem do persa shah-mat, rei morto.

Surgiram muitas escolas de xadrez, mas o que se joga hoje é o que se jogava nos séculos XV e XVI, com técnicas variáveis. A Escola Espanhola foi muito importante e tem como marco o livro de Ruy López de Sigura, escrito em 1561, que analisa e mostra as regras, técnicas e a evolução do esporte.

A Escola Francesa surge nos primeiros anos do século XIX. Depois é a vez dos alemães, a partir de 1830, em Berlim. No Brasil, o xadrez é jogado desde 1808, com seu primeiro torneio oficial disputado em 1880. O órgão que coordena o esporte no País é a Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), no Rio de Janeiro.

O xadrez, para seus defensores, não é só um jogo, mas uma ciência, proporcionando o mais puro dos prazeres intelectuais. Na Rússia, faz parte dos currículos escolares. Esse esporte é o segundo mais praticado em todo o mundo, abaixo apenas do futebol, e os enxadristas dizem que é parte indispensável na educação, pois impulsiona a imaginação e contribui para o desenvolvimento da memória. É um verdadeiro organizador das faculdades mentais.

Leibnitz dizia: “O xadrez é o único jogo que deve interessar à humanidade”. Segundo Stalda, “o xadrez não constitui uma simples luta de peças em um tabuleiro de jogo, mas, sim, uma luta de vontades racionais que tendem ao mesmo objetivo”.

(Fonte: História dos Esportes, de Orlando Duarte. Makron Books do Brasil Editora Ltda.)

Xadrez já é praticado em escolas do município
Cerca de 15 escolas do município, em Maceió, já implantaram o Projeto Cidadela, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que contempla a realização de oficinas educativas e recreativas para os alunos e pais, bem como para a comunidade carente. Dessas 15 unidades escolares da capital, duas possuem uma oficina de aprendizado do jogo de xadrez, que, inclusive, já revelou “pequenos grandes mestres” desta prática esportiva.

As escolas Zumbi dos Palmares, no Conjunto Rosane Collor, no bairro do Clima Bom, e Jaime de Altavila, no bairro de Santa Lúcia, são as duas privilegiadas neste aspecto. Na Zumbi dos Palmares, o projeto é pioneiro, no que diz respeito à aplicação do jogo de xadrez para os alunos e a comunidade daquela região.

Há quase um ano
Tudo começou em outubro de 2002, quando o xadrez entrou na escola com o compromisso de ser implantado até dezembro de 2003. “O xadrez chegou a nossa escola no momento certo, onde é preciso consolidar ações que resgatem a cidadania e a dignidade humana”, salienta o diretor do estabelecimento, Antero Luiz de França. “Abrimos esse espaço para o projeto como uma experiência, mas está dando tão certo que vamos continuar”, anuncia, acrescentando que o projeto abrange a comunidade do bairro e adjacências. “Os alunos não são obrigados a estudar na escola”, afirma.

Ele explica que a prática do xadrez começou com 79 crianças da comunidade, com idades entre 10 a 16 anos e, hoje, alguns bons frutos já estão sendo colhidos. “Já temos alguns campeões”, gaba-se o instrutor de xadrez Yuri Miranda, que realiza um trabalho voluntário naquela unidade de ensino. Vale dizer que o professor Yuri é pai do atual campeão alagoano de xadrez, Jaime Miranda, 20. “O fantástico nisso tudo é que pegamos os alunos totalmente leigos no jogo de xadrez e eles aprendem muito rápido e trazem títulos para o Estado”, observa.

Se depender da direção da Escola Zumbi dos Palmares, a nova prática está aprovadíssima. “Abraçamos esse esporte com muita vontade. Nosso objetivo é incentivar mais e mais os alunos a praticá-lo”, garante, acrescentando que o tabuleiro é emprestado aos alunos para levá-lo para casa. “Assim, eles não perdem a prática. Podem jogar com os pais, com os vizinhos, etc. O importante é que tenham acesso ao jogo”, salienta Miranda, acrescentando que já tem experiência de outras unidades que não tiveram acesso ao jogo e os alunos não evoluíram tão rapidamente”.

Pioneira na inclusão do xadrez como disciplina curricular, entre as escolas de ensino particular de Alagoas, a Escola Criar e Recrear implantou a modalidade em 2001, para as crianças da Educação Infantil e da 1a a 4a séries do Ensino Fundamental. Segundo a diretora do estabelecimento, Delane Medeiros Valente de Lima, o objetivo de incluir o xadrez no currículo dos “pequeninos” foi proporcionar o desenvolvimento intelectual, o raciocínio estratégico e a socialização da criança. “O xadrez interfere positivamente no desenvolvimento do raciocínio lógico, na concentração, organização de estratégias e táticas, na tomada de decisões em momentos difíceis, ensinando a ter paciência para agir no momento certo”, justifica.

Convergente
“O xadrez é lúdico, desenvolve o prazer de brincar e a socialização da criança”, complementa o professor Gabriel Lopes, responsável pelas aulas de xadrez, às terças e quintas-feiras, na escola. Ele explica que a partir dos cinco anos já há crianças aprendendo a jogar xadrez naquele estabelecimento de ensino. “As aulas são realizadas nos dois períodos, manhã e tarde”, informa.

Aluna da 2a série do Ensino Fundamental, Andressa Gabrielle, 8, é uma das que já aprenderam a jogar xadrez, graças às aulas que tem na Criar e Recrear. Andressa garante que sabe tudo sobre o jogo. Diz os nomes das peças e as movimenta com tanta facilidade que mais parece uma campeã. “Sei jogar xadrez desde a 1a série e já sei dar o xeque-mate”, orgulha-se. “Gosto muito do jogo e do professor Gabriel. Só lamento o tempo ser curto para jogar”, opina, acrescentando que vai ensinar a prática do xadrez aos pais. “Eles ainda não sabem, mas vou ensiná-los”, assegura.

As regras para se chegar ao xeque-mate
Para algumas pessoas, jogar xadrez é uma tarefa difícil. Para outras, porém, é um desafio fascinante! E você, qual a sua opinião? Você sabe jogar xadrez ou ao menos já tentou colocar a cabeça para funcionar e participar dessa atividade que proporciona grande estímulo ao raciocínio? Se não sabe, que tal conhecer um pouco essa prática esportiva que encanta tantas pessoas, pela forma como mexe com a mente humana?

Quais as regras do jogo de xadrez e quantas peças ele tem? Como é praticado? Bem, as Leis do Xadrez da Fédération Internationale des Échees (FIDE), entidade criada em 1924, em Paris, França, regulamentam o jogo no tabuleiro. O texto, em inglês, é a versão autêntica das leis do xadrez adotadas no 71o Congresso da FIDE, realizado em Istambul, na Turquia, em novembro de 2000, que entraram em vigor em 1o de julho de 2001. Vale ressaltar que a FIDE conta, atualmente, com 175 países-membros (a segunda maior federação esportiva do mundo, visto que a Fifa possui 180 filiados).

As leis do xadrez não podem abranger todas as possíveis situações que surjam durante uma partida nem podem regular todas as questões administrativas. Há casos que não são precisamente regulamentados por um artigo das leis, mas sempre será possível alcançar uma decisão correta, analisando situações análogas que são tratadas nas leis.

Goethe, o grande escritor alemão, já declarou um dia: “O xadrez é a ginástica do intelecto”. Tinha absoluta razão, pois se trata de um jogo sem azar, que utiliza um tabuleiro composto de uma rede de 8x8, com 64 casas iguais alternadamente claras (as brancas) e escuras (as pretas). O tabuleiro é colocado entre os dois jogadores de tal forma que a casa do canto à direita de cada jogador é branca.

O xadrez é disputado por dois jogadores, que têm 16 peças cada um: um rei branco, uma dama (rainha) branca, duas torres brancas, dois bispos brancos, dois cavalos brancos, oito peões brancos, um rei preto, uma dama (rainha) preta, duas torres pretas, dois bispos pretos, dois cavalos pretos e oito peões pretos. O jogador com as peças brancas começa o jogo.

A disposição inicial das peças no tabuleiro obedece à seguinte ordem: na primeira fila ficam torre, cavalo, bispo, rainha, rei, bispo, cavalo e torre. A rainha fica na casa de sua cor, ou seja, se branca na casa branca, se preta na casa correspondente. Na segunda fila ficam os oito peões; as oito casas dispostas verticalmente são chamadas de colunas, as oito casas dispostas horizontalmente são chamadas de fileiras; as linhas retas de casas da mesma cor, dispostas no mesmo sentido, são chamadas de diagonais.

Vale dizer que nenhuma peça pode ser movida para uma casa ocupada por uma peça da mesma cor. Se uma peça move-se para uma casa ocupada por uma peça do oponente, esta última é capturada e retirada do tabuleiro, como parte do mesmo movimento. Diz-se que uma peça está atacando uma peça do adversário se a peça puder efetuar uma captura naquela casa.

Sabendo mover as peças.
Cada peça do xadrez se movimenta de uma maneira diferente da outra, mas é claro que as pretas se movimentam como as brancas. Vale a pena conhecer como cada uma delas é movimentada: a torre pode se movimentar quantas casas quiser, a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. A torre se movimenta por duas linhas: colunas e fileiras. O bispo também pode se mover quantas casas quiser e a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. Ele se movimenta por uma linha apenas: a diagonal. Como a torre e o bispo, a rainha (dama) pode se movimentar quantas casas quiser, a captura é feita parando na casa em que a peça do adversário estiver. A rainha (dama) movimenta-se pelas três linhas: colunas, fileiras e diagonais.

Já o rei, pode se mover uma casa e a captura é feita parando na casa em que a peça do oponente estiver. O rei não pode se aproximar do outro rei, deve manter, no mínimo, uma casa de distância e nunca pode se colocar o rei em uma casa que esteja sendo ameaçada por uma peça adversária. O rei movimenta-se pelas três linhas: colunas, fileiras e diagonais. O movimento do cavalo, por sua vez, pode ser explicado por duas dicas: é a única peça que não se movimenta em linha reta; e ao movimentar-se, sempre muda de cor da casa em que estava colocado. No movimento do cavalo, ele desloca-se duas casas para frente (atrás ou ao lado) e uma para o lado, semelhante à letra “L”. É ainda, a única peça que pode pular outra. Por fim, o peão tem o movimento de apenas uma casa, somente para frente e quando o peão estiver na sua casa inicial, pode movimentar-se duas casas. A captura é feita na diagonal. O peão se move somente por uma linha: a coluna.

O objetivo do jogo é dar o xeque-mate no rei do campo oposto. Quem dá o xeque-mate vence a partida. Xeque é o ataque que se faz ao rei com uma peça. Xeque duplo é quando se ataca o rei com duas peças, simultaneamente. O xeque-mate é o instante em que o rei não pode se defender. Os primeiros movimentos de um jogo chamam-se abertura. As peças são movidas para ataque ou defesa. Na fase seguinte, já estamos no meio do jogo, quando se define a maior parte dos confrontos. No final, normalmente, restam poucas peças sobre o tabuleiro.

O dia em que a máquina venceu o campeão Kasparov
Na primeira partida da série de seis jogos, “Homem contra Máquina”, disputada em Nova York, em janeiro deste ano, o jogador de xadrez número um do mundo, Garry Kasparov, esmagou o programa campeão Deep Junior com seu tradicional estilo agressivo. O mestre nascido no Azerbaidjão deu o primeiro passo para superar o fantasma de 1997, quando perdeu um desafio para o supercomputador Deep Blue, da IBM, com uma convincente vitória em apenas 27 movimentos e em três horas e 27 minutos.

Kasparov, jogando com as pedras brancas, evitou a cautelosa estratégia “anticomputadores” que usou seis anos atrás, contra Deep Blue, e adotou um estilo mais audacioso. Ele disse a repórteres que apesar da vitória confortável, o programa foi muito forte. Na segunda partida, também em janeiro, o mestre enxadrista Kasparov quebrou o tabu em jogos contra computadores, quando conseguiu empatar o segundo jogo da série contra o Deep Junior. Após os encontros com a máquina, o enxadrista número 1 do mundo ficou psicologicamente abalado por análises que mostravam que ele tinha perdido uma oportunidade de empatar o jogo.

“O plano inteiro funcionou, mas por causa desse feitiço no segundo jogo, esta pressão em cima de mim, eu gastei provavelmente uma meia hora a mais para decidir se deveria tentar um empate ou causar mais problemas”, afirmou.

Mas no terceiro confronto, naquele mesmo mês, Deep Junior conseguiu sua primeira vitória na série de seis partidas com Kasparov, depois que o enxadrista cometeu um erro banal. Jogando com as brancas, Kasparov errou, permitindo à máquina uma vantagem que lhe deu a primeira vitória. A reação furiosa de Kasparov quando percebeu o erro não deixou dúvida de que ele se traiu depois de jogar uma partida ousada que parecia empatada, apesar de o jogador humano ter menos tempo em seu relógio para jogar. Ele balançou a cabeça e cobriu o rosto com as duas mãos enquanto o computador tinha uma vitória esmagadora.

Os programadores do Deep Junior ficaram entusiasmados com a vitória. “Atrás disso, está o acúmulo de esforços e este é o ápice do que estamos fazendo”, declarou Shay Bushinksy, que com o israelense Amir Ban, trabalhou no Deep Junior durante dez anos.

Nova federação resgata a prática esportiva
Resgatada desde 1997, quando foi fundada a Federação de Xadrez do Estado de Alagoas, esta modalidade está, hoje, em franca atividade. Recentemente, na Escola Zumbi dos Palmares, no Conjunto Rosane Collor, houve os I Jogos de Xadrez das Escolas Municipais. Participaram 54 enxadristas de sete estabelecimentos de ensino, por meio de parceria com o Projeto Cidadela, ligado à Secretaria Municipal de Educação.

Agora, vem a participação no Campeonato Brasileiro Escolar, em Batatais (SP), este fim de semana, e a equipe alagoana tem como representantes os jogadores Alexsandro Vieira, 3ª/4ª série, da Escola Zumbi dos Palmares; Olecran Vieira, 5ª/6ª série, da Escola Zumbi dos Palmares; Marcelo Vítor, 5ª/6ª série, do Clube de Xadrez Bico do Corvo, do Conjunto Graciliano Ramos; Williams Vasconcelos, 7ª/8ª série, do Clube de Xadrez Bico do Corvo, do Conjunto Graciliano Ramos; além de Luiz Carlos Rodrigues, Rafael Ribeiro, Luiz Gustavo Barros e Jaqueline Raposo – todos do Ensino Médio do Cefet. O chefe da delegação é o presidente da Fexeal, Flávio da Costa Silva.

Demais atividades
Já outras atividades programadas pela Fexeal são o Alagoano para Iniciantes, um curso para a formação de professores para a grade escolar (esportiva/curricular), um festival no Conjunto Graciliano Ramos e um encontro regional. Ainda sem datas definidas, o Alagoano para Iniciantes será no Juvenópolis, em Bebedouro, possivelmente ainda este mês. O curso deve ocorrer no fim de setembro e será ministrado pelo representante da Confederação Brasileira de Xadrez, Emiliano Piskator (PE). O festival no Graciliano Ramos entrará na terceira edição, também em setembro. E, previsto para outubro, o I Encontro de Enxadristas e Técnicos do Nordeste, seguido de um torneio, e os estados interessados são o Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Outro que é fera no jogo do “xeque-mate” é Luiz Alberto, 16, aluno da 7a série da Escola Zumbi dos Palmares, que conquistou o 3o lugar no I Torneio de Xadrez do Projeto Cidadela. Ao todo, ele já abocanhou três medalhas. “Tivemos ainda outros alunos bem classificados nesse torneio que foram a Marileila Nascimento e o Matheus da Conceição, 2o e 3o lugares, respectivamente”, explica o diretor da escola, Antero França.

Para Luiz Alberto, foi graças ao xadrez que sua timidez foi embora. “Eu sempre fui muito tímido, tinha dificuldades de falar em público, principalmente quando precisava apresentar trabalhos escolares aos professores e alunos da minha classe. Hoje, superei essa timidez. O xadrez me ajudou muito”.

Dentro da política de massificação do xadrez no Estado, em 2002 esteve em Maceió, realizando uma simultânea, contra vinte enxadristas alagoanos, inclusive Jayme Miranda, o mestre MF Marcos Asfora (PE), que venceu 19 das 20 partidas, empatando apenas uma com o enxadrista alagoano Luiz Gustavo Barros, atual 3º colocado no Alagoano Absoluto. E para encerrar a temporada 2003, a Fexeal está trabalhando para trazer, no mês de dezembro, mais um mestre ou um grande mestre para uma nova simultânea em Maceió, onde estão sendo cotados o próprio MF Marcos Asfora, o mestre argentino MF Carlos Alejandro ou o grande mito do xadrez brasileiro, o grande mestre GM Henrique Mecking, o famoso Mequinho.

Receita para o sucesso está na concentração
Jayme Miranda Neto, 20, um dos melhores enxadristas alagoanos da atualidade, conseqüência das últimas conquistas alcançadas, inclusive em nível internacional, começou a praticar este esporte aos 5 anos, estimulado pelo pai, Yuri, um fiscal de tributos do Estado aficionado pelo xadrez. Reforçando a tese de que este jogo desenvolve a capacidade de raciocínio de quem o pratica, Jayme assegura que para se tornar um bom jogador não é necessário apenas ser um conhecedor profundo das regras. “Durante cada partida, é fundamental estar concentrado em cada jogada para se obter êxito no xadrez”, sentencia.
Os primeiros lances de Jayme em um tabuleiro de xadrez aconteceram em Xingó, no período em que a família morava no interior do Estado, por causa do trabalho de sua mãe, a odontóloga Neyla Agra de Miranda. Quando Jayme tinha 13 anos mudaram-se para Maceió e a então promessa do xadrez alagoano começou a ganhar torneios escolares, primeiro no Colégio Madalena Sofia, onde foi aluno. Aos 16 anos, no Colégio Anchieta, participou, pela primeira vez, do Campeonato Alagoano, ficando em 6º lugar, no geral, com o detalhe de ter entrado na disputa sem treinar.

A partir daí, não parou mais de competir, sagrando-se campeão nordestino escolar, em 2001, nas categorias absoluto e relâmpago. Hoje, Jayme é bicampeão não só neste certame, como também ostenta dois títulos pan-americanos estudantis.

Rendimento nos últimos três anos
O rendimento do xadrez local, na atual administração da Fexeal, apresentou três campeões nordestinos, em nível escolar, em 2001. O regional aconteceu em Natal/RN, reuniu 100 enxadristas e os destaques alagoanos foram Jayme Miranda Neto, 20, do Colégio Madalena Sofia, campeão absoluto e relâmpago. Francine Machado, do Cefet, 1ª colocada no absoluto feminino, e Alana Freitas, do Cefet, 1ª colocada no relâmpago feminino, um estilo de confronto que tem a duração máxima de cinco minutos.

Jayme Miranda é, portanto, o atual campeão alagoano absoluto, bicampeão pan-americano estudantil e ainda participou, em 2001, do Brasileiro Escolar, em Batatais (SP), terminando em 5º lugar, vencendo o vice-campeão brasileiro de 2000: Alcides (RN). Também a ressaltar que de um total de 500 participantes, 145 eram da sua categoria: escolar até 21 anos. Logo em seguida, em Bento Gonçalves (RS), foi campeão do Pan-Americano de Xadrez, na categoria menores, faixa etária até 21 anos. E, no Mundial Amador, na mesma cidade, foi o 28º melhor colocado de um certame que só reúne a nata do xadrez, em qualquer categoria.
No ano passado, já defendendo o Curso de Educação Física da Faculdade de Alagoas (FAL), Jayme repetiu a dose no Pan-Americano e melhorou a sua posição no Mundial Amador, com o 26º lugar. E este ano, no Nordeste Escolar, novamente em Natal e com o grupo renovado, dos dez participantes alagoanos oito se classificaram para o Campeonato Brasileiro Escolar-2003. São eles Williams Vasconcelos, do Clube Bico do Corvo, sediado no Conjunto Graciliano Ramos e que na sua série (7ª/8ª) liderou até a última rodada, quando perdeu para um adversário que acabaria campeão, ficando Williams com a medalha de bronze.
Além disso, este ano Jayme já participou do Aberto do Brasil, etapa do Recife, junto com outros três representantes alagoanos, tendo como feitos empatado com o mestre MF Roberto Andrade (RN) e vencido, numa simultânea, o mestre internacional austríaco MI Martin Neubaer.

FRANCISCO JOSÉ e FERNANDA MEDEIROS




REFERÊNCIAS:
http://www.tabuleirodexadrez.com.br/24-08-2003-reportagem-gazeta-de-alagoas.html
Matérias veiculadas no Jornal “Gazeta de Alagoas” - Edição de 24/08/2003

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 274 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

Presidentes da Confederação Brasileira de Xadrez.


A Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) é uma entidade oficial que regulamenta e organiza as competições oficiais de xadrez em todo o Brasil. Foi fundada em 6 de novembro de 1924 com o nome de Federação Brasileira de Xadrez. É filiada à Federação Internacional de Xadrez (FIDE).

Site Oficial da CBX

Abaixo uma relação com os Presidentes da Confederação Brasileira de Xadrez e os respectivos anos:



1927 a 1930 Gustavo Garnott
1930 a 1935 Antônio Américo Barbosa de Oliveira
1935 a 1938 Luiz Felipe Burlamaqui
1938 a 1942 Joaquim de Almeida Pinto
1942 a 1943 Olavo Coutinho Marques
1943 a 1947 Rui de Castro
1948 a 1951 Edmundo Gastão da Cunha
1951 a 1953 Roberto da Gama e Silva
1953 a 1966 Edmundo Gastão da Cunha
1966 a 1967 Márcio Elísio de Freitas
1968 a 1970 Luiz Tavares da Silva
1970 a 1976 Luiz Campelo Gentil
1976 (janeiro a junho) Washington de Oliveira (falecido no cargo)
1976 Erasmo Couto (interino)
1976 a 1978 Célio Teodoro Assunção
1978 a 1979 Sérgio Farias
1980 a 1982 Márcio do Carmo Miranda
1982 a 1986 Sérgio Farias
1986 a 1988 Luiz Tavares da Silva
1988 a 1992 Jaime Sunye Neto
1992 a 1996 Antônio Bento de Araújo Lima
1997 a 1998 Estevão Antônio Reis Bakô
1999 a 2004 Darcy Gustavo Lima
2005 a 2008 Sérgio da Silva Freitas
2009 - Pablyto Robert Baioco Ribeiro

REFERÊNCIA:
http://www.tabuleirodexadrez.com.br/presidentes-da-confederacao-brasileira-de-xadrez-cbx.htm

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 273 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).





Postado por Alessandro Silvério.

Fotografia de Moreevane Moreira.

FOTOS DA PRAÇA 7, NO CENTRO DA CAPITAL DE MINAS GERAIS: BELO HORIZONTE.

História Praça 7.
By jefferson otoni

Escrito por Alessandro Silvério. Registro de jornalista: 12181/MG

História da Praça Sete e o tradicional jogo de xadrez.

Belo Horizonte conserva em seu centro o Obelisco, popularmente apelidado de o pirulito da “Praça 7”, monumento comemorativo do centenário da Independência do então prefeito de Belo Horizonte, o engenheiro Olegário Dias Maciel. O Obelisco ao longo de sua história foi palco de várias manifestações políticas e aclamações sociais, além de campanhas.

Distinto ponto de atração da Praça Sete de Setembro são os tabuleiros de xadrez que compõe o cotidiano de todas as pessoas que circulam diariamente pelo centro da capital. Segundo os jogadores que freqüentam a região, há pessoas curiosas que param para apreciar uma partida de xadrez e há aqueles que faltam pegar na peça do jogador para divulgar que “aquela” peça deve ser mexida. Segundo jogadores mais práticos do assunto como o Sr. João (dono de um dos pontos de xadrez e Damas da “Praça 7″), estas pessoas são vulgarmente chamadas de “Sapos”. Por isto, quem da um “sapo” dá um “palpite”. Segundo os jogadores, o palpite será respeitado de acordo com o nível do “sapo” (jogador iniciante ou experiente).

Segundo Franklin Pacífico, um dos jogadores que fez parte da fundação do jogo de Damas e xadrez na Praça Sete de Setembro, o jogo de xadrez foi incluído na “Praça 7″ na década de 70 devido aos jogadores de Damas, que levavam na época, seus próprios tabuleiros e peças de Damas. Dentre os principais jogadores da época, Franklin cita Antônio Alves Teixeira, João Ramalho, Pedro Paiva, e “Carlinhos do açougue”. Por isto, Franklin afirma que o jogo de Damas foi o percussor na “Praça 7”. Logo então surge o jogo de xadrez atraindo jogadores de todos os cantos de Minas Gerais com intenção de encontrarem bons jogadores na “Praça 7”. Sr. João informa que há aproximadamente 80 jogadores que freqüentam diariamente a “Praça 7” que estão situados nos quarteirões fechados da Carijós entre Amazonas e São Paulo, Rio de Janeiro entre Afonso Pena e Tamoios e Carijós entre Espírito Santo e Afonso Pena. Para os jogadores apaixonados por Damas e Xadrez o custo da hora é de R$ 1,00.

Sr. João informa que a expansão do xadrez como matéria disciplinar nas escolas é de grande importância: “a inclusão é muito importante porque ajuda a criança e o adolescente a desenvolver vários aspectos da sua educação ou comportamento humano, como o relacionamento direto com as pessoas. O esporte intelectual coloca a criança em confronto direto com outras crianças ou pessoas e desenvolve muito mais rápido o relacionamento social que é pouco praticável no Brasil como um todo”.

As escolas brasileiras expandem a grade curricular e vêm paulatinamente incluindo o jogo de xadrez como matéria interdisciplinar. Vemos que as escolas que já adaptaram esta modalidade vêm ganhando mais espaços e adeptos para este jogo intelectual devido à melhora comportamental de seus alunos, deixando de ser matéria opcional para se tornar matéria regular como é o caso da Escola Internacional de Goiânia e do Centro de Ensino Médio do 404, de Santa Maria do Sul, uma região considerada carente do Distrito Federal que ganhou prêmio Globo Ciência concebido pelo Ministério da Educação em 2004 que empreendeu R$ 30 mil reais na escola. A escola informou que foi reduzido em quase 20% a evasão escolar e a repetência, além de trazer melhoria nas notas dos colegiados. O projeto na escola sem ajuda financeira na época de 1999 alcançou um grande passo em resultado educacional e também financeiro como vemos no texto.



REFERÊNCIA:
http://www.p7chess.com.br/historia-praca-7/
http://www.p7chess.com.br/wp-content/uploads/2010/07/DSC002772.jpg


http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.p7chess.com.br/wp-content/uploads/2010/05/pra%C3%A7a-2.jpg&imgrefurl=http://www.p7chess.com.br/&h=2736&w=3648&sz=749&tbnid=Edwira8ATN7RrM:&tbnh=98&tbnw=130&prev=/search%3Fq%3DFOTOS%2BDO%2BXADREZ%2B%252B%2BPRA%25C3%2587A%2B7%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=FOTOS+DO+XADREZ+%2B+PRA%C3%87A+7&docid=vvGvL1jZla_dqM&hl=pt-BR&sa=X&ei=vKkET8_0Baj40gHDlYWQDw&sqi=2&ved=0CCwQ9QEwAA&dur=2975

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 272 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).




SOCIEDADE DOS ENXADRISTAS DA BAHIA:

- UM XEQUE-MATE NA DISCRIMINAÇÃO -


Por: Vicente Paulo Maia Rebouças Filho*

Esse artigo visa descrever ou pelo menos mostrar alguns pontos importantes e interessantes da maneira como as pessoas que praticam o xadrez nos clubes de xadrez da Bahia pensam, se relacionam e se vêem dentro e fora desses ambientes. Achei interessante falar sobre esse tema porque essas pessoas representam uma parte da sociedade muito pouco conhecida da maioria da população, que nem ao menos sabem que existem dezenas de clubes de xadrez espalhados pela Bahia e que lá estão guardados parte da história da cultura do estado e que dentro desse meio existe uma forma organizacional própria.

Mesmo escrevendo essa breve introdução, sei que ainda terão algumas pessoas que ficarão se perguntando: o que é que tem de interessante em se falar de um local onde pessoas pacatas e calmas ficam debruçadas sobre uma mesa olhando para um tabuleiro com um monte de peças esquisitas? Não é um jogo como buraco, dominó, palitinho? porque não escolhi falar sobre futebol, já que também jogo bola em um clube, ou sobre surf, já que também pego minhas ondinhas e tenho a minha tribo também na praia, já que esses são esportes muito mais emocionantes e divertidos?

Essa é a impressão que o xadrez dá nas pessoas que não o conhecem, e, justamente por isso, senti que poderia por meio desse artigo dar a minha contribuição para demonstrar que essa visão sobre o xadrez e sobre os enxadristas (pessoas que praticam o xadrez) é deturpada e que por trás dessa cortina que se fez sobre a história do jogo de xadrez e de diversos outros esportes amadores existem pessoas que vivem e se dedicam para aperfeiçoar e aperfeiçoarem-se enquanto jogadores e também como pessoas produtivas da nossa sociedade.

Em grande parte a culpa dessa visão deturpada sobre o jogo de xadrez e sobre as pessoas que o praticam vem, no meu entendimento, de dois fatores: o primeiro é notório e histórico, que é a discriminação que o desporto amador sofre na sociedade brasileira, não há ou há muito pouco incentivo para que o esporte amador evolua e se desenvolva. O Brasil não tem uma política de incentivo às pequenas instituições ou aos esportistas "sem nome". As grandes empresas querem que primeiro a pessoa se torne um grande campeão com nome já reconhecido em todo o Brasil para, daí, poder investir e associar sua marca àquele esporte ou àquela pessoa, quando na verdade o caminho correto seria o contrário. A mídia como trabalha em conjunto com os grandes patrocinadores também não oferece espaço suficiente para a divulgação de eventos dos esportes amadores e esse processo corre em forma de cascata desencadeando em uma cultura monoesportiva onde futebol e seus astros são os donos da atenção, logo atrás vem a formula 1 e um pouco atrás desse vem o vôlei e o basquete , ficando os outros esportes a ver navios. Mas quando chega nas olimpíadas todos ficamos torcendo e chorando para que nossos atletas amadores, que treinaram em péssimas condições, ganhem uma medalha de ouro. (Isso foi apenas um pequeno desabafo de um brasileiro, mas voltemos ao foco do nosso artigo, que é o xadrez).

Outro fator que leva o jogo de xadrez e as pessoas que o praticam a serem vistas como ETs são os estereótipos criados ao redor destas; primeiro criou-se uma falsa verdade de que o xadrez é um jogo difícil e só pode ser praticado por pessoas muito inteligentes e de que uma partida de xadrez dura vários dias e de que tem que ter muita paciência, dentre uma serie de outros estereótipos criados e perpetuados a respeito do jogo e das pessoas que o praticam. É claro, é mais fácil ficar vendo televisão sentado numa poltrona e deixar que outras pessoas pensem por nós. Devo admitir que uma parte dessa culpa vem dos próprios enxadristas que em parte assumem uma postura elitista, o que acaba afastando as classes pobres da sociedade do jogo, postura que esta sendo mudada nas ultimas duas décadas pelos novos valores do xadrez baiano que cada vez mais vem se destacando e por merecimento começam a assumir cargos importantes na liderança dos clubes de xadrez deixando para trás cabeças ultrapassadas e caducas da liderança do clube baiano de xadrez.

Para entender a sociedade dos enxadristas da Bahia é precisso compreender como se organizam essas pessoas.o clube baiano de xadrez foi fundado em 21 de fevereiro de 1929. de início suas atividades eram realizadas na casa de Itália, tradicional clube de salvador, e congregava enxadristas imigrantes e seus descendentes e, talvez, por esse fato, possuía uma ótima biblioteca, constando de livros, publicações e revistas estrangeiras, fundamentais ao tempo eis que a bibliografia brasileira e publicações especializadas era bastante escasa...

Com o entusiasmo e a dedicação de um grupo de aficionados, o clube manteve suas atividades até os tempos difíceis da 2º guerra Mundial, atravessando dificuldades e, finalmente, personalizou-se ainda mas deixando as dependências da acolhedora Casa de Itália para em 1956 transferir-se definitivamente para uma sede própria onde até hoje funciona na rua Carlos Gomes, nº06, Ed. Castro Alves, 10º andar. Em 1960 foi fundada a Federação Baiana de Xadrez que proporcionou aos enxadristas a participação em competições oficiais, organizadas pela confederação Brasileira de Xadrez e FIDE (Federação Internacional de Xadrez) revelando enxadristas de bom, nível técnico em várias categorias.

No interior do estado algumas cidades se destacam como potências no xadrez. Entre elas Vitória da conquista, Feira de Santana, Senhor do Bomfim, Cruz das Almas e Ilhéus, dentre outras. Todos esses clubes organizam torneios de xadrez com apoio de pequenos patrocinadores ou sem apoio algum, onde enxadristas viajam para participar dos torneios de uma cidade para outra. Existem os torneios oficias da FBX (Federação Baiana de Xadrez) que contam ponto para o ranking dos jogadores somando mais pontos para os melhores classificados, assim como em outros esportes, formando uma lista com todos os jogadores filiados organizada por ordem de pontos no ranking. Apesar dos inúmeros torneios que ocorrem, ninguém aqui em nosso estado consegue sobreviver às custas de jogar xadrez, nem que ele ganhe todos os prêmios de todos os torneios.

Em virtude do que foi exposto até aqui, das dificuldades, o que levaria às pessoas que têm suas vidas particulares e seus empregos a desprender uma parte do seu tempo para o xadrez? Com certeza a resposta a essa pergunta seria o Amor e a Paixão que esse jogo desperta naqueles que o praticam. Para compreender essas palavras é fácil, é só aprender a jogar , quem aprende a jogar xadrez e aprende a compreender o jogo na sua essência jamais esquece, e com certeza vai confirmar esse amor e essa paixão de que estou falando.

O xadrez é um jogo emocionante e apaixonante porque dentro das 64 casas que compõem o tabuleiro e com as 16 peças que cada jogador tem em seu domínio ele pode imaginar, criar, pensar, sofrer, rir, chorar de alegria e tristeza, enfim, ele pode pôr para fora uma série de sentimentos e dar forma a uma serie de pensamentos, coisa que as pessoas fazem muito pouco no dia a dia comum. Se você está alegre você pode expressar essa alegria em um jogo mais solto, se você está bravo você pode jogar agressivamente atacando as peças adversárias, e no fim, perdendo ou ganhando você conseguiu pôr para fora o que esta sentindo e compartilhar aquilo com o amigo com quem está jogando.

O jogo de xadrez acarreta uma série de benefícios para quem o pratica, em paises como a Rússia o xadrez é matéria obrigatória nos colégios. Aqui na Bahia já existe um projeto em escolas publicas de Vitória da Conquista onde o xadrez é ensinado às crianças do ensino fundamental e umas séries de benefícios já foram detectados após a implementação desse projeto. A criança melhora sua capacidade intuitiva, sua compreensão, seu raciocínio lógico, sua atenção, a velocidade na tomada de decisões, comportamento, interesse pelos estudos, amizade com os outros colegas e professores, etc.

Mas, vamos falar dos enxadristas, dessa classe de "malucos" como alguns os classificam e até alguns deles próprios. Os grandes jogadores de xadrez se destacam pela sua grande capacidade de concentração, o que é muito importante no momento do jogo, pois é necessário que haja um certo isolamento da sua mente com o ambiente externo. Mas isso não quer dizer que o ambiente dentro dos clubes de xadrez é marcado exclusivamente pelo formalismo e pelo silêncio. Claro que no momento das competições é necessário se respeitar o silencio do local, mas durante os momentos dentro do clube onde estamos jogando sem compromisso com a competição o ambiente de informalidade é o que impera. Pessoas contam piadas, falam de viagens , de namoradas, do carnaval, de futebol, marcam encontros para saírem para beber, etc.

Muito embora, é bom deixar claro, que, como em todos os lugares, existem as pessoas que ajudam e as que atrapalham para tornar o ambiente de convívio social do clube de xadrez um local agradável para todos e principalmente para a aproximação de novas pessoas interessadas em aprender a jogar. Ainda existe uma certa boçalidade de algumas pessoas que praticam o xadrez na Bahia, esses acham que são os donos absolutos do saber e que estão acima do resto da sociedade, sendo que considero estes tipos de pessoas produto de um dos efeitos adversos do xadrez, que é "encher" o ego da pessoa de autoqualidades, o que acaba subindo para a cabeça de algumas. Mas devo reforçar que isso é apenas uma pequena parte da sociedade enxadristica na Bahia, que é permeada na grande maioria de pessoas de bem.

Se bem que devo acrescentar que das pessoas que conheci as mais capacitadas intelectualmente, eram jogadores de xadrez, mas, segundo a teoria das inteligências múltiplas de Gardner dizem que não existe uma inteligência e sim várias inteligências, deve ter sido impressão minha.

"A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) identificou as inteligências lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica, interpessoal e intrapessoal. Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos.Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências".

Queria abordar outro ponto que para mim sempre pareceu notório entre os enxadristas, mas de certo ponto de vista, muito polêmico também: é referente aos vícios de cigarro e álcool entre os enxadristas. Sempre tive a impressão que o numero de pessoas que fumam e bebem excessivamente é maior entre os enxadristas que a média geral da população baiana. Tentei ver isso com uma perspectiva histórica do jogo de xadrez e com uma visão psicológica também. Histórica porque vemos que o jogo de xadrez praticado desde o século XVIII em salões e clubes sempre foi rodeado por pessoas de melhores condições sociais e que costumavam beber wisky e fumar charutos caros durantes as reuniões do clube e até mesmo durante os jogos. Talvez algumas pessoas mais velhas tenham passado esses hábitos para a geração contemporânea. Outro fator que deve ser levado em conta é que as partidas de xadrez durante os campeonatos podem levar, e geralmente levam, as pessoas a um nível alto de ansiedade e de estresse emocional, o acarretaria um desequilíbrio deixando a pessoa mais suscetível para os vícios que tendem a diminuir ou disfarçar temporariamente esses problemas.

A sociedade baiana de enxadristas vem passando por uma lenta, mas, crescente reformulação. Dentro desta existe uma velha guarda e uma nova geração que surgiu a partir dos anos 90 . Essa nova geração está ajudando a tornar o xadrez mais popular e menos elitizado, tentando torna-lo mais acessível às classes baixas, promovendo torneios em bairros de menor renda e tentando levar os benefícios que o xadrez oferece a cada vez uma porção maior da população.

Espero que a minha vivência e visão sobre o modo de se organizar socialmente e culturalmente das pessoas que formam o cenário do xadrez no estado da Bahia, entre eles e com o resto da sociedade, tenha esclarecido alguns aspectos obscuros e com isso que eu tenha desmitificados alguns preconceitos existentes no censo popular, e, até mesmo, aberto os olhos dos leitores para que fiquem atento às coisas que estão ao nosso redor, e, que, assim como o xadrez outras diversas formas de manifestações culturais existentes em nosso estado estão de braços abertos para a participação e integração de todos, pois a cultura do nosso estado não se resume apenas ao carnaval e ao axé music, visão que os mercenários da capitalismo baiano querem passar para o nosso povo e para o resto do país.

* Graduando em Educação Física pela Universidade Federal da Bahia - UFBA


REFERÊNCIA:
http://identidade.cultural.vilabol.uol.com.br/xadrez.htm

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 271 (ANO I, Nº 27, DE 23 A 31 DE JULHO DE 2010).

HISTÓRICO DO CLUBE DE XADREZ DE BARREIRAS - CXB.




Barreiras, cidade pólo da Região Oeste da Bahia, a 870 Km de distância de Salvador, e a 630 Km de Brasília, com uma população em torno de 130.000 habitantes. Região que se destaca no cenário nacional na área do Agronegócio, com uma matriz produtiva diversificada e distribuída em 1,6 milhão de Há agricultados, com destaque para a produção de grãos, em especial o soja e o algodão, que representa 3,5% da produção nacional. Sua população hoje é formada de pessoas procedentes de vários estados, destacando–se a região sul do país, de onde fazendeiros, agricultores e empresários vieram atraídos pela grande extensão de terra aqui existente.

Nossa história teve destaque no inicio do ano de 1997, quando um enxadrista, cansado de procurar jogadores, teve a iniciativa de publicar um anuncio na mídia local, permitindo assim o encontro de um pequeno grupo de enxadristas, que promoveram com sucesso o 1º Torneio de Xadrez, e resolveram então fundar este Clube de Xadrez de Barreiras, em 20 de maio de 1997.

O Clube de Xadrez de Barreiras, entidade social e sem fins lucrativos, tem como objetivo divulgar e incentivar a pratica saudável do Xadrez, principalmente aos estudantes, buscando o envolvimento e participação das escolas particulares, e depois focando nas escolas públicas Municipais e Estaduais, e as entidades assistenciais, como forma de inclusão social.

Desde a fundação o clube teve varias sedes, onde foram realizados em media de 3 a 4 torneios e campeonatos por ano, sendo o Campeonato Estudantil Anual o de maior participação, ( veja relação completa e fotos no item Resultados ), exceto nos anos de 2004 e 2005, em que o Clube ficou pr aticamente inativo, em função de dificuldade operacionais. Registramos que nestes 08 anos iniciais foram realizados 21 Torneios, com a participação de 627 enxadristas.

Em abril de 2006, com a mobilização e a determinação de seus alguns associados, e a formação e posse da nova Diretoria, presidida pelo Eng Carlos Barros Rodrigues, o clube retomou suas atividades com força total, e agora com nova sede no clube ABCD, no centro da cidade. Com uma visão mais atualizada, e o objetivo de divulgar e inserir o Xadrez, em todas as camadas da Sociedade de Barreiras e Região, e com um ambicioso plano de trabalho, conseguimos promover ainda neste ano, 04 torneios com a participação recorde de 189 enxadristas.

Em 2007 o Clube de Xadr ez de Barreiras, comemorou 10 anos com grandes realizações, cumprindo um calendário com 8 eventos de porte ( veja relação nos itens Resultados ou Calendário ), alem da: inclusão do Xadrez com esporte nos jogos estudantis APEF e JEB, a divisão do torneio Relâmpago em 5 etapas, e inclusão da Copa Sigma. Na parte administrativa conseguimos a regularização contábil do clube - CNPJ, o registro de um domínio próprio, o novo site: www.cxb.org.br, que passou a ser o portal e o canal de relacionamento e informações para todos os enxadristas da região, e culminado com u ma participação recorde de 526 enxadristas, superando nossas expectativas e todos os registros anteriores.

Em 2008 o CXB, ousou com a realização de 11 eventos de porte ( veja relação no item Resultados ou Calendário ), alem da: consolidação do Xadrez como esporte nos jogos estudantis JEB, e no APEF 1ª e 2ª etapa/regional, a ampliação do torneio Relâmpago para 7 etapas, a II Copa Sigma, o I Torneio Duque de Caxias no 4º BEC, o inédito Torneio por Equipes. Ministramos ainda palestras e oficinas de Xadr ez, em congressos e seminários Regionais de Matemática junto a UNEB, UFBA, FASB e SBEM. Conseguimos implantar o Projeto Xadrez Social, na comunidade Conjunto Habitacional Rio Grande, com 30 participantes, que alem das aulas aos sábados, recebem lanche, tudo isto em parceria com a liderança local. Fechamos o ano
com chave de ouro, registrando a participação recorde de 742 enxadristas, representando um incremento de 41%, renovamos ainda o registro do Clube junto a FBX – Federação Baiana de Xadrez, e a reeleição da atual Diretoria com pequenas alterações, para o próximo biênio.

Em 2009, o CXB superou o planejado, com a realização de 15 eventos de porte ( veja relação no item Resultados ou Calendário ), além do Xadrez como esporte nos jogos estudantis JEB e JEEP em Barreiras, ampliamos para a OILEM em Luiz Eduardo Magalhães com recorde de 189 estudantes, e o JERP etapa regional da DIREC25. Realizamos o V Torneio Relâmpago com 7 etapas, a III Copa Sigma, o II Torneio Duque de Caxias no 4º BEC. Ministramos ainda palestras e oficinas de Xadrez, em congressos e seminários Regionais de Matemática junto a UNEB, UFBA, FASB. Mantivemos e ampliamos o Projeto Xadrez Social, na comunidade Conjunto Habitacional Rio Grande, agora com 40 participantes, e a I Copa do Projeto Xeque Mate. O ponto alto de 2009 foi a aprovação da Lei 846 do Projeto Xadrez Escolar nas Escolas Municipais de Barreiras, cuja solenidade de lançamento oficial dia 29 julho, na Casa da Cultura, com a presença da Prefeita Municipal, autoridades, professores, estudantes, enxadristas, e com a Palestra do Presidente do CXB e co-autor do Projeto o Eng. Car los Barros Rodrigues. Acompanhamos ainda a implantação da 1ª etapa do Projeto, contemplando 08 escolas e 4000 alunos, cuidando da especificação do material e ainda da capacitação de 80 professores municipais, de Matemática e Educação Física, para trabalharem o Xadrez de forma didática e pedagógica dentro de suas disciplinas. Conseguimos ainda pela primeira vez viabilizar a participação de 04 enxadristas representantes da região na Final do Baiano Absoluto em Salvador. Ampliamos nossa representação externa, com a indicação do Presidente CXB, como Vice Presidente OESTE da Federação Bahiana de Xadrez - FBX, que ainda obteve o registro deÁrbitro No 373 da Confederação Brasileira de Xadrez – CBX, selando uma melhoria na qualificação técnica e Arbitragem de nossos eventos, e fechamos o ano registrando novo recorde de participação com 904 enxadr istas, representando um incremento de 22 %.

Em 2010, superamos novamente o planejado, com a realização de 12 eventos ( veja relação no item Resultados ou Calendário ), mantendo o Xadrez como esporte nos jogos estudantis JEB e JEEP em Barreiras, o OILEM em Luiz Eduardo Magalhães, e o JERP etapa regional da DIREC25. Realizamos o VI Torneio Relâmpago com 7 etapas, o III Torneio Duque de Caxias no 4º BEC. Concluímos em maio o Curso de Extensão de Xadrez na UNEB, com 60 horas, e formatura e certificação de 32 participantes, ministrado pelo Professor Carlos Barros e Monitor Jailton Silva. Ministramos ainda palestras e oficinas de Xadrez, em congressos e seminários Regionais de Matemática junto a UNEB, UFBA, FASB. Mantivemos o Projeto Xadrez Social, na comunidade Conjunto Habitacional Rio Grande, agora com 40 participantes, e a II Copa do Projeto Xeque Mate. Acompanhamos o Projeto Xadrez Escolar nas Escolas Municipais de Barreiras, junto a Secretária de Educação, e também a qualificação e certificação dos Monitores de Xadrez no Projeto Mais Educação. Conseguimos repetir a participação de 04 enxadristas representantes da região na Final do Baiano Absoluto em Salvador, com um magnífico 5º lugar do enxadrista Rafael Assis de 18 anos. Mantivemos n ossa representação externa, com nosso Presidente CXB, como Vice Presidente OESTE da Federação Bahiana de Xadrez - FBX, e fechamos o ano registrando novo recorde de participação com 943 enxadristas, representando um incremento de 4 %.

Para 2011 esperamos repetir um amplo calendário com pelo menos 13 grandes eventos, com várias novidades e melhorias, focando sempre na maior participação dos enxadristas, e atuando como identificador e facilitador na participação dos nossos destaques nos torneios Estaduais da FBX, e eventos Nacionais da CBX. Alem disso vamos para a 2ª Etapa do Projeto XADREZ
ESCOLAR – junto com a Secretária Municipal de Educação de Barreiras, ampliando para outras Escolas Municipais, e ainda o Projeto XADREZ SOCIAL – que em parceria com nossos Patrocinadores, vamos ampliar junto as entidades carentes e assistenciais.

Após o recesso de final de ano, o Clube de Xadrez de Barreiras, volta a funcionar em março, sempre as 5ª feiras no clube ABCD – Centro, a partir das 19 h, com orientação e aulas de xadrez para iniciantes, e atendimento aos visitantes e interessados, e as 19:30 h iniciaremos os jogos e torneios oficiais. Estando a disposição para qualquer assunto relativo a xadrez, e aproveitamos para convidar os enxadristas e interessados na pratica saudável do Xadrez , e também registrar e agradecer o Apoio e Patrocínio de varias entidades, empresas e imprensa, que conhecem, acreditam e associam sua marca a este propósito único de responsabilidade social.

Diretoria CXB




MARÇO DE 2011.

CXB - Clube de Xadrez de Barreiras - Avenida Coronel Magno, 208 - ABCD - Centro - Cep: 47800-000 - Barreiras - BA
( aberto todas as quintas-feiras a partir das 19:00 hs )

REFERÊNCIA:
http://www.cxb.org.br/index.php?id=historico

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 270 (ANO I, Nº 26, DE 15 A 22 DE JULHO DE 2010).

O JOGO DO SÉCULO...
O soviético Boris Spassky e o americano Bobby Fischer (acima) na partida que deu o título mundial ao segundo, em 1972: o xadrez era usado como instrumento ideológico na Guerra Fria. Abaixo, o russo Garry Kasparov no jogo que perdeu para o computador Deep Blue, em 1997: hoje, há programas capazes de imitar o estilo dos campeões





REFERÊNCIAS:
http://veja.abril.com.br/270110/garoto-meio-milhao-jogadas-p-106.shtml
Revistas Veja - Edição 2149 / 27 de janeiro de 2010.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

ARTIGO 269 (ANO I, Nº 26, DE 15 A 22 DE JULHO)DE 2010).

Xadrez.
O garoto de meio milhão de jogadas.




Essas são as possibilidades que o norueguês Magnus Carlsen,
o novo número 1 do ranking, enxerga diante do tabuleiro.
Aos 19 anos, ele é o grande nome de uma geração
de enxadristas criada com os recursos dos computadores


Alexandre Salvador

Pal Hansen.

APRENDIZADO VIRTUAL.
Carlsen, grande mestre desde os 13 anos,
só treina com softwares: ele não se lembra
se tem em casa um tabuleiro convencional.

Diante de um tabuleiro de xadrez, o norueguês Magnus Carlsen é capaz de proezas notáveis – principalmente para um jovem de apenas 19 anos. Sua memória guarda meio milhão de jogadas possíveis. Isso significa dispor de resposta pronta para praticamente qualquer lance do adversário. Não bastasse esse imenso arsenal, ele também consegue prever os vinte lances seguintes de uma partida, de acordo com suas movimentações iniciais e as de seu adversário. Carlsen encarna um personagem que gozava de grande popularidade num passado não muito distante – o gênio do xadrez. Até a década de 90, as disputas entre os grandes enxadristas eram televisionadas e eletrizavam o planeta. Os jogadores eram festejados como heróis e tinham seus passos seguidos com curiosidade. O interesse pelo xadrez diminuiu consideravelmente. Magnus Carlsen, pela precocidade e pela velocidade com que vem galgando degraus na carreira, é o primeiro enxadrista em condições de virar celebridade desde então.

Em 2004, com apenas 13 anos, Carlsen derrotou o antigo campeão mundial, o russo Anatoly Karpov, e empatou com o também russo Garry Kasparov, então o número 1 do ranking da Federação Internacional de Xadrez (Fide). No mesmo ano, recebeu o título de grande mestre, a mais alta qualificação de um enxadrista, equivalente à faixa preta nas artes marciais. No ano passado, Carlsen venceu dois torneios cruciais, um na China e outro na Inglaterra, e a recompensa veio no início deste mês. A Fide o colocou na primeira posição no ranking global dos jogadores de xadrez. "Desde a aposentadoria de Kasparov não surgia um jogador de primeiro time que fosse carismático, que atraísse a simpatia do público, como Carlsen", disse a VEJA o americano William Hall, diretor executivo da federação americana de xadrez.

Magnus Carlsen é o grande nome de uma geração de enxadristas que guarda diferenças significativas com os campeões do passado. Boa parte da popularidade desfrutada pelo xadrez nos anos 60 e 70 se devia à exploração ideológica do jogo promovida pelos Estados Unidos e pela União Soviética durante a Guerra Fria. Os soviéticos foram os maiores campeões de xadrez no século XX, mas sua hegemonia era constantemente ameaçada pelos americanos, e as disputas se tornaram instrumentos de marketing na polarização entre capitalismo e comunismo. No século passado, apenas um americano, Bobby Fischer, conquistou o título de campeão mundial de xadrez, em 1972, derrotando o russo Boris Spassky. A partida entre ambos, que durou um mês e meio e foi acompanhada atentamente em todos os quadrantes do planeta, ganhou o apelido grandioso de "o jogo do século".

Pal Hansen e Fotos: Chester Fox e Najlah Feanny/Corbis/Latinstock,

O JOGO DO SÉCULO XX...
O soviético Boris Spassky e o americano Bobby Fischer (acima) na partida que deu o título mundial ao segundo, em 1972: o xadrez era usado como instrumento ideológico na Guerra Fria. Abaixo, o russo Garry Kasparov no jogo que perdeu para o computador Deep Blue, em 1997: hoje, há programas capazes de imitar o estilo dos campeões

A característica da geração de enxadristas a que pertence Magnus Carlsen é que ela foi forjada sob forte influência dos computadores e dos softwares de xadrez. Numa entrevista recente, Carlsen não soube dizer se tinha em casa um tabuleiro de xadrez convencional – seu treino, que lhe toma de seis a oito horas diárias, é todo feito com o computador. Em maio de 1997, causou enorme repercussão a derrota de Garry Kasparov na partida que disputou com o supercomputador Deep Blue, construído pela IBM. Parecia incrível que a inteligência cibernética sobrepujasse a humana. Mal se sabia o que estava por vir. Naquele tempo, os programas de xadrez eram apenas grandes bancos de dados de jogadas, anteriormente catalogadas em livros para consulta. Com o avanço da tecnologia e a chegada da internet, os softwares ficaram mais espertos. Além de ser possível atualizá-los com os lances das partidas recém-jogadas, o computador já pode simular o estilo de jogo dos melhores enxadristas, ou seja, imitar soluções criadas por jogadores de carne e osso. "Com os programas de xadrez atuais, é muito difícil vencer a máquina, tanto por sua velocidade de processamento de dados quanto pela qualidade dos lances", diz o enxadrista carioca Darcy Lima, detentor do título de grande mestre e membro do conselho da Fide.

... E O HOMEM CONTRA O COMPUTADOR.



Isso significa que, para derrotarem os computadores, os jogadores têm de ser mais inteligentes? Não necessariamente. Disse a VEJA o psicólogo cognitivo Fernand Gobet, da Universidade Brunel, em Londres, autor de pesquisas que relacionam o xadrez com a inteligência de seus praticantes: "Hoje está provado que o QI não é fator decisivo para se tornar um grande jogador de xadrez. O mais importante é começar a jogar o mais cedo possível, ter motivação para aprender sempre mais sobre o jogo e treinar muito. Só assim se chega a guardar na memória meio milhão de jogadas". Essa foi a trajetória percorrida por Magnus Carlsen.

REFERÊNCIAS:
http://veja.abril.com.br/270110/garoto-meio-milhao-jogadas-p-106.shtml
REVISTA VEJA » EDIÇÃO 2149 / 27 DE JANEIRO DE 2010

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).